O Varzim parte para o campeonato da Liga 3 com que expetativas? Quando abordamos o início de uma época, temos feito sempre com confiança e com determinação no sentido de alcançar o objetivo que às vezes até inconfesso, mas cá dentro guardamos, porque às vezes é bom não falar de forma antecipada. No ano passado até o fizemos, porque acreditamos. Mas lembro-me que há 3 anos também acreditando muito, seguimos uma estratégia semelhante de o admitir como possível ou de subir e acabamos descendo. Isso não é novo no futebol, porque o futebol não é ciência exata e cada vez mais precisa. Mas 2+2 no futebol nunca são 4, e o futebol tem uma componente emocional muito forte para além da componente física.
Pode-se afirmar que o Varzim redefiniu os seus objetivos em dois momentos. Primeiro passar à fase final de subida e lutar por chegar à segunda liga? O Varzim fará o seu campeonato e abordará todas as competições em que participar com um propósito, vencer cada jogo. Esse é o primeiro propósito. Se formos capazes, se formos suficientemente fortes, quer física e mentalmente, acredito muito que conseguiremos esse primeiro objetivo que é de ganhar o jogo domingo a domingo e com isso construiremos a época.
Os insucessos de anos anteriores permitiram ganhar experiência para reunir um melhor plantel no sentido de cumprir esses objetivos? Considero que em termos de lições da época anterior, elas centram-se mais no plano desportivo, porque o Varzim não é só o lado do futebol de competição, mas é principalmente esse. Recordo que na minha tomada de posse, uma das frases que utilizei e venho sempre a utilizar durante o percurso enquanto presidente do Varzim, é a grande diferença no futebol, que passa por a bola bater na trave ou entrar, ou seja, é preciso ter a felicidade do jogo. E quantas vezes ela nos foi matreira ao longo da época. É evidente que nós acreditamos muito na construção do plantel que fizemos. No ano passado, em termos da competição, numa primeira fase vendemos a todos o sonho maior da subida e inexplicavelmente para todos como que a casa se desintegra. Há lições sempre que devemos retirar do passado e somos suficientemente abertos para ouvir. Acho que este ano estaremos bem preparados, com experiências adquiridas para podermos fazer um campeonato de outra forma. (Excerto de uma grande entrevista publicada na edição papel de 2 de agosto).