“Há falta de resposta do ministério das Infraestruturas para uma alteração contratual do Governo com a concessionária Ascendi, para que avance a obra do nó da A7 em Balasar”, afirmaram em uníssono Paulo Cunha e Aires Pereira, presidentes das câmaras de Famalicão e Póvoa de Varzim, à margem da inauguração na manhã deste sábado, da ecovia que liga as duas cidades e construída na antiga linha de comboio.
“Tem havido iniciativas parlamentares sobre a matéria com perguntas ao ministério das Infraestruturas e tarda uma decisão que não onera em nada o Governo. Geralmente uma desculpa para não se fazerem as coisas, é não haver dinheiro. Neste caso nem essa desculpa existe”, disse Aires Pereira.
E continuou: “Não existe desculpa quanto ao projeto, não existe desculpa quanto ao concessionário, a única coisa é uma decisão que permita uma alteração contratual e como sabem os contratos com as concessionarias tiveram muitas alterações contratuais e nem todas foram sob o ponto de vista da defesa dos interesses do Estado, e esta não traz nenhum agravamento para os utilizadores da autoestrada. Traz é mais tráfego para a autoestrada, mais sustentabilidade”, assegurando que apenas “não há resposta da tutela”.
“Custa-me a perceber que a obra não avance” afirma autarca famalicense
Por sua vez, Paulo Cunha frisou que “há coisas que não se compreendem. Não está em causa qualquer tipo de investimento. Seja do orçamento de Estado ou de um fundo estrutural. Há uma entidade concessionaria (Ascendi) onde nós, Câmara de Famalicão e Câmara da Póvoa de Varzim, junto da qual criamos condições para que avançasse o projeto, fosse feito um estudo de viabilidade económica financeira”.
O autarca acrescentou: “O que está em causa é uma simples questão contratual entre o Governo e a Ascendi para que a obra se execute. Nós não estamos a pedir dinheiro ao Governo. Estamos a pedir que haja compreensão e que se criem condições para que a obra seja feita. A obra não custará nada aos portugueses e utilizadores em termos de impostos. A concessionara percebeu que a abertura deste nó tem um retorno enorme.
O autarca famalicense foi ainda mais incisivo coo o Governo. “O país vive com o problema de vias, autoestradas, que não são sustentáveis. No caso concreto, a concessionaria quer fazer porque percebe o retorno que vai ter, numa obra que vai servir a agricultura, indústria e religioso e é lamentável que isto aconteça”.
“Do ponto de vista racional nada devia estar em falta para que isto acontecesse. Foi fácil definir a localização e a proposta serve os territórios. O grosso do investimento é das camaras. Custa-me a perceber que a obra não avance”, concluiu Paulo Cunha.
A construção do nó na zona de Balasar/Fradelos visa retirar da estrada nacional 206 os milhares de automóveis e pesados que circulam entre as duas cidades, como melhorar o progresso da região nos seus vários setores de atividade.