O projeto de valorização do sargaço ValSar foi apresentado nesta quarta-feira no Centro Póvoa Empresas. Pretende dar uma nova vida a esta biomassa menos aproveitada nos dias de hoje, através da análise das potencialidades do sargaço recolhido na Póvoa de Varzim e Vila do Conde para a criação de produtos para uso agrícola para além de fármacos e cosméticos.
Como explica Cristina Rocha, a investigadora coordenadora do projeto, o objetivo é a “produção de bioestimulantes e biofertilizantes para aplicação na agricultura, para melhoramento da geminação e crescimento de culturas, e também para o setor farmacêutico e cosmético, no qual vamos tentar identificar que propriedades que esta mistura de algas tem e que possa ser utilizada futuramente aplicada em produtos de valor comercial para o cuidado da pele”.
Até ao final deste ano, os resultados finais devem ser divulgados. A partir daí, podem surgir oportunidades de negócio para promover esta prática antiga de recolha do sargaço – e, de acordo com Cristina Rocha, já há uma empresa norueguesa interessada no projeto.
Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, sublinhou a importância da ideia, que reaproveita algo de que “todos nós nos queixamos enquanto utentes da praia, da enorme presença de algas que são um recurso natural e que tem outras utilizações que não só a agricultura”.
“Já tínhamos identificado esta oportunidade no nosso plano estratégico”, avançou o edil, adiantando que as instalações da antiga fábrica A Poveira poderão até albergar “um laboratório que possa desenvolver estas novas tecnologias ligadas à economia azul”.
O projeto ValSar é uma colaboração entre a Universidade de Coimbra (Laboratório MAREFOZ/MARE-UC e o Centro de Neurociências e Biologia Celular), a Escola Superior Agrária de Coimbra, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, com apoio dos municípios da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. É financiado por fundos europeus através do MAR2020 – GAL Costeiro Litoral Norte.