PS quer escritor poveiro Eça de Queiroz com honras de Panteão Nacional

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Num projeto de resolução entregue no parlamento, o Partido Socialista (PS) propõe que se concedam honras de Panteão Nacional aos restos mortais do escritor nascido na Póvoa de Varzim Eça de Queiroz, em reconhecimento e homenagem pela sua obra literária.

O grupo parlamentar socialista considera que Eça de Queiroz “marcou indelevelmente a língua portuguesa”, com o seu “forte caráter humanista” e com um obra “ímpar e determinante na história da literatura portuguesa”.

“Escritor maior, não só contribuiu como poucos para a expansão da cultura portuguesa, como o fez sob a égide de um forte carácter humanista, justificando de forma amplamente consensual a propositura da concessão de honras de Panteão Nacional”, defende o PS.

Esta proposta homenagem acontece numa altura em que se assinalam os 175 anos do nascimento de Eça e os 120 anos da sua morte. Nascido em 1845, na Póvoa de Varzim, o escritor é reconhecido como “um dos maiores romancistas da história da literatura portuguesa”, com várias obras que marcaram a literatura como ‘O Primo Basílio’, ‘O Crime do Padre Amaro’ e ‘Os Maias’.

“Se muitos dos seus contemporâneos aprenderam a ‘ler – e a sentir, e a pensar – pelos seus livros’, como lembra em 1919 o escritor e diplomata Alberto de Oliveira, o mesmo se pode dizer das gerações que se seguiram, continuando Eça de Queiroz um dos escritores mais lidos, debatidos e glosados”, argumenta o PS.

Além das múltiplas obras, que foram incluídas nos programas do ensino secundário, destacou-se também pela participação em jornais nacionais e brasileiros, como “O Atlântico”, “Gazeta de Notícias”, “Diário de Notícias”, “A Ilustração”, “A Província”, “Revista de Portugal” e “O Repórter”. A carreira diplomática levou Eça de Queiroz a notabilizou nas funções de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris.

“Compelido pela forte consciência humanista que o caracterizava, tornou-se em Cuba uma voz ativa contra a quase escravatura a que eram submetidos os trabalhadores chineses e africanos do engenho de açúcar. Em pleno século XXI, ainda é recordado e homenageado em Cuba, através da Cátedra Eça de Queiroz da Universidade de Havana”, salienta o grupo parlamentar socialista.

O partido acrescenta ainda que, “numa época em que os índices de leitura descem assustadoramente, muitos têm ainda em Eça de Queiroz o porto seguro no qual se abrigam”. “Ele próprio transformado em personagem do nosso imaginário coletivo, Eça de Queiroz é sinónimo de cosmopolitismo, acutilância e consciência social. Características essenciais numa sociedade que queremos tão global quanto compassiva”.

Por forma a serem concedidas honras de Panteão Nacional a Eça de Queiroz, deverá ser constituído um grupo de trabalho composto por representantes de cada grupo parlamentar para “determinar a data e de definir e orientar o programa de trasladação, em articulação com as demais entidades públicas envolvidas, bem como um representante da Fundação Eça de Queiroz”.

Honras de Panteão Nacional
Almeida Garrett
Amália Rodrigues
Eusébio
Guerra Junqueiro
Humberto Delgado
João de Deus de Nogueira Ramos
Manuel de Arriaga
Óscar Carmona
Aquilino Ribeiro
Sidónio Pais
Sophia de Mello Breyner Andresen
Teófilo Braga