“Qualquer cidadão devia ter como projeto, perceber que o conhecimento é extraordinariamente importante na coesão social” (vídeo)

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Afonso Pinhão Ferreira tem uma atividade profissional e académica muito preenchida. É membro rotário do clube poveiro, pessoa apaixonada pelas artes, escultor e pintor, e exerce várias funções públicas, entre as quais políticas – presidente da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim -, e associativas – presidente da Assembleia Geral d’ A Filantrópica -, para além de uma vida familiar…

Sente-se realizado como pessoa ao gerir todas estas atividades? Sinto-me muito realizado. Acho que sou o protótipo de uma pessoa realizada e que foi bafejado pela sorte. Acredito que o acaso tem um papel muito importante na vida humana. Já dizia o grande cientista Heisenberg no seu – Princípio da Incerteza – e, portanto, “nada é certo, tudo é incerto”. O acaso gere muito as nossas vidas.  Certamente se eu tivesse nascido na Ucrânia, por exemplo, estivesse a ser sistematicamente bombardeado, não teria a sorte que tenho e, portanto, temos que ter essa perceção. Aquelas pessoas que têm a sorte de se realizarem. Devem ter a perceção de que outros não têm essa sorte. Agora eu tive-a e sinto-me verdadeiramente realizado nas várias vertentes.

Além do aspeto familiar, qual é a atividade das enumeradas, que o seduz mais?Não foi sempre a mesma ao longo da vida, mas seguramente que a arte. A arte é aquela que me traz mais alegria, porque me permite ser mais livre, pois como dizia o filósofo Delfim Sardo, “a arte é o exercício da liberdade”. É onde nós podemos criar, onde podemos estar connosco, com nós próprios, e naqueles momentos pegar nas imagens, nas perceções todas e em tudo aquilo que vai fazendo a nossa mente. Criar novas imagens, novas perceções. E isso, digamos assim, é apanágio de alguns seres humanos. Todos têm essa potencialidade, mas uns aproveitam mais do que outros e eu tenho essa sorte.

É um desafio constante a intervenção que tem na sociedade? É um desafio constante. Sinceramente, deixe-me dizer-lhe uma coisa da minha vida e não sei se isso interessa tanto assim, mas um dia em que eu não faça nada é uma desgraça. O niilismo esvazia-me totalmente. Eu gosto de facto de durante o dia quando me deito dizer: Hoje fiz isto, publiquei um artigo e preparei uma aula, organizei uma conferência, atendi não sei quantos doentes, estou a fazer um quadro, um retrato de alguém.  Eu tenho que ter a minha vida cheia e quando de facto passam 24 horas em que eu não faço nada, para mim é terrível.

Entrevista completa para ler no jornal MAIS/Semanário de 20 de dezembro, na edição papel ou na edição digital (PDF). Veja excerto da entrevista aqui: