Quando a Liberdade está em causa…

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Sim, é a Liberdade que está em causa. A Liberdade, e o Direito de poder desfrutar ou não, do que se gosta. Já não bastava a ilegalidade e insensatez da proposta votada na Assembleia Municipal. Uma ilegalidade, um abuso de poder, uma insensatez que caucionou a lama que a televisão mostrou a Portugal. A Póvoa de Varzim passou de Póvoa do Mar, de terra de Homens Livres, a estatuto de Biafra, ou Somália, europeu. É-o, quando pouco mais de vinte indivíduos, atentam contra o Direito de mais de cinco mil. Aconteceu na noite da passada sexta-feira, com direito a transmissão em directo pelo canal principal da Rádio Televisão Portuguesa. Mais de meio milhão de telespectadores testemunharam a forma como na cidade da Póvoa de Varzim, terra de gente hospitaleira, nobre e simpática, foram incomodados, insultados, aqueles que se dispuseram, pagando o seu bilhete para assistir a um espectáculo de tauromaquia. Um espectáculo, que goste-se ou não, é legal e devidamente autorizado, presidido por um representante do Ministério da Cultura, que obrigatoriamente teve a seu lado um representante da autoridade policial indicada. – A propósito, quando será que PSP divulgará publicamente o registo da ocorrência ali verificada?

Mais de cinco mil, foram perturbados com insultos, injúrias, insolências, ofensas públicas, numa demonstração de barbárie social de terra-sem-lei. Os gritos de ódio, que através de uma aparelhagem sonora, os ditos ‘amigos dos animais’, despejaram sobre os espectadores, foram vistos e transmitidos em directo pela RTP, ficam como marca e testemunho impagável de uma Póvoa de Varzim, que depois de rusgas com pancadaria e insultos, tem agora também, outras formas de impedir quem gosta de desfrutar do que gosta em Liberdade. Os ditos ‘defensores dos animais’, agora acoberto de um partido político que, convenhamos, mais não é que o braço armado de um conjunto de interesses comerciais, e que da história da tauromaquia na Póvoa, sabe tanto como o demonstrou na Assembleia Municipal, isto é, nada, só porque não gostam da Festa dos Toiros, sentem-se no direito de perturbar todos os outros cidadãos que não os incomodando, e consentindo a sua ‘alternativa’, têm gostos diferentes. O ÓDIO é crime, também para as minorias iluminadas. E o ‘bem-estar’ animal, que dizem defender é uma bondosa mentira. Porque quando se gosta de animais, não se os tem confinados a uns exíguos metros quadrados, a maioria das vezes uma varanda, dando-lhes uns tantos clamantes, sedativos ou, contendo a sua liberdade de ladrar, com coleiras que dão choques e outros impulsos dolorosos. Com amigos destes, ‘amigos’ que os frustram na normal vida sexual, esterilizando-os e até capando-os, e têm do bem-estar dos ditos, a voltinha de quinze minutos, com ‘presentes’ nos jardins e passeios, que  transformam os vizinhos em tropa especial em picada minada, o melhor é deixarem-nos viver com os ‘inimigos’, que os tratam com mais cuidado e dignidade, respeitando-os.

Mas, se dúvidas existissem, e quem as tiver, por nunca pode ser um autarca poveiro, sobre a existência de um grande leque de aficionados na Póvoa de Varzim, e a Norte do Mondego em especial, os mais de cinco mil lugares ocupados na Praça de Touros da cidade da Póvoa de Varzim, na noite de sexta-feira, com transmissão televisiva em directo, garantida, tem de reconhecer que será de bom tom, e cuidadoso, nunca invocar número de espectadores, para justificar o injustificável. Os que estiveram na Praça de Touros da Póvoa de Varzim, gritando por LIBERDADE, pelo Direito de poderem Gostar da Festa dos Toiros, mais de cinco mil aficionados presentes, num share televisivo de mais de meio milhão, batendo todos os números até então atingidos pelo canal 1 da RTP, fazem da noite de  20 de Julho do ano da graça de 2018, na Praça de Touros da Póvoa de Varzim, em mais uma noite de história na tauromaquia nacional. Os autarcas também têm obrigação de pensar nisto como memória futura.