O País vai para eleições legislativas domingo, porque a extrema-esquerda que tem estado ligada ao Governo, não viabilizou o orçamento para 2022. Não propriamente por causas intrínsecas, mas porque dependiam a sua posição, à aprovação de matérias que irresponsavelmente defendiam e, que eram linhas vermelhas para o Governo. Era segundo o PCP e o Bloco, o momento ideal e exato para com elas avançar.
O executivo não se amedrontou com a pressão, a coação e a chantagem, porque tinham a força da sua razão: punham em causa a sustentabilidade do país e regras europeias. Aliás, os dois partidos sabiam, como todos os portugueses, que aquele desfecho levaria a eleições. E ajudaram a chumbar, logo na generalidade… Acontecem, assim, eleições num período de grande degradação, grande debilidade económica/financeira/sanitária, com os consequentes dramas e problemas do mundo globalizado, que atingem Portugal e os portugueses.
Nesta fase de grande descredibilização da política, dos políticos, os partidos escolheram os seus candidatos a deputados, que como sempre, espelham as sensibilidades dos que estão na sua liderança. Houve alguma renovação, mas a Assembleia da Republica continuará, inelutavelmente, “cinzenta”. Naturalmente que a maioria dos votos concentrar-se-á no PS ou no PSD, conforme os portugueses quiserem António Costa ou Rui Rio como Primeiro-Ministro.
Os votos são quem mais ordena…. A Campanha eleitoral tem feito o seu caminho, com poucos cartazes, alguns comícios, alguns encontros, algumas arruadas, mas com muita comunicação social, e grande cobertura e visibilidade na televisão. Os líderes partidários, com assento na Assembleia da Republica, nos vários debates – curtos, muito sectorizados – bem têm vincado a sua ideologia, dito o que pretendem, quais os seus posicionamento e criaram convicções nos portugueses.
Os mais conhecidos têm estado iguais a si próprios, na forma de estar, de ser e posturas. Com estilos, planos e posturas bem diferentes António Costa e Rui Rio têm feito vários debates e fizeram um bom, construtivo e esclarecedor entre si. Ambos demonstraram que são grandes líderes, competentes, sérios, responsáveis, de contas certas, defensores de causas com bons projetos para o País e para os Portugueses, embora com soluções e prioridades diferentes.
A linha mestra de Costa está indiciada no orçamento chumbado. No entanto, agora longe das “amarras” da extrema-esquerda, de quem se “divorciou”, tornando-se mais solto, descomprometido, livre, “afinará”, com certeza, a sua estratégia. Rio defende reformas estruturais, planeamentos, rigor, reorganizações nas várias áreas de forma a rentabilizá-las e otimizá-las. Evidencia a necessidade de com o aumento da produtividade criar maior riqueza, para depois distribui-la, de forma a criar o verdadeiro “elevador social”.
Costa com outro modelo, tem a mesma preocupação da criação de riqueza, mas sempre vai pondo dinheiro aqui e ali, socorrendo aqui e ali, enquanto Rio só o fará, depois de aprofundar… Também todos os outros partidos têm bons e empenhados líderes. Também todos têm alguns bons planos e defendem algumas boas causas. Mas, apenas defendem os grupos de interesses que representam, “nichos”, com denúncias, protestos, deturpações, manipulações, com sofismas e comparações demagógicas, por vezes irracionais, que prejudicam e põem em causa o progresso do País; não têm que dar saída a nada, portanto… Vai um abismo entre o parecer e o ser.
O PS e o PSD partidos de potencial Poder têm-se atido, responsavelmente, à realidade e nunca ao sonho “idílico”. Apreenderam, compreenderam a natureza e a complexidade dos problemas com que se podem deparar e apresentam soluções exequíveis e pragmáticas. Quem será primeiro-ministro? António Costa agora liberto da extrema-esquerda ou Rui Rio? Os Portugueses com a bipolarização instalada escolherão… Na campanha tem havido uma grande subida dum PSD motivado, animado, mobilizado, com boa dinâmica que eu já previa e o leva a um empate técnico com o PS.
Está tudo em aberto; há uma grande incerteza. Numa altura em que a pandemia irá dar lugar à endemia e para Portugal não entrar numa encruzilhada, não continuar a ser um País adiado, o melhor era encontrar uma solução de estabilidade, para uma boa governação duradoura com Rui Rio ou António Costa, conforme o partido mais votado. Aliás, o que é determinante para realizar as inúmeras e necessárias reformas, reorganizações, bem gerir os milhões de euros que virão e, para o necessário desenvolvimento e crescimento económico de Portugal e melhoria de qualidade de vida de todos os Portugueses.