Rotary da Póvoa analisa oportunidades empresariais pós pandemia

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O Rotary Club da Póvoa de Varzim realizou uma reunião online subordinada ao tema “Desafios e Oportunidades no Pós-Covid no Meio Empresarial”. A sessão contou com intervenções de vários empresários locais que apontaram caminhos e desafios para vários setores de atividade. A Câmara Municipal, através de Lucinda Delgado, vereadora do Desenvolvimento Local, reforçou a importância de um forte espírito de união

No início da reunião, Teresa Castro Lopes, presidente do Rotary Club, lembrou que vivemos tempos diferentes, “quase tudo mudou e quase todos os indicadores pioraram, da atividade económica à divida pública, do saldo orçamental ao excesso de mortalidade”.

Na sua intervenção, Sérgio Real, empresário na área do investimento e das conservas, abordou o setor da indústria conserveira portuguesa, a qual se assume uma indústria de crise pois momentos como o que vivemos são favoráveis ao seu crescimento. O ano passado foi bastante favorável, “houve uma procura elevada por parte dos consumidores com receio de uma possível escassez de alimentos”. Hoje em dia, a problemática da indústria conserveira é o facto da mesma se encontrar “dependente do mercado externo, dependente da importação”.

António Leite, sócio gerente da imobiliária ImoLeite, partiu de uma abordagem a nível mundial referindo que a pandemia serviu de alavanca para o mercado imobiliário. De modo a proteger o capital deu-se um investimento forte no imobiliário, “em Portugal este setor tem-se sustentado, no entanto, temos problemas no centro de Lisboa e no centro do Porto”. Segundo António Leite, a Póvoa de Varzim tem “uma boa reputação a nível nacional e até a nível internacional, os preços estagnaram, pararam de subir, mas não estão a descer”.

Empresário propõe cobertura da Rua da Junqueira

Carlos Tavares, comerciante de ourivesaria, relembrou que todos nós nos encontramos num período de adaptação a uma nova realidade, no entanto, “as economias locais e regionais reinventaram-se e souberam ir ao encontro dos desafios.” Acredita numa futura valorização quer do artesão quer do valor atribuído à joia, “vamos estar novamente sensíveis a entender a joia como uma reserva de valor”. Em observação ao comércio da Póvoa de Varzim afirmou ainda que “dificilmente o pequeno comércio vai conseguir essa adaptação, daí vão encerrar ou fundir-se a outras empresas”. O empresário deixou como sugestão “a cobertura da Rua da Junqueira com uma peça de arte e que seja atrativa de modo a trazer muitos visitantes à cidade”.

Na área da medicina, Afonso Pinhão Ferreira, médico especialista em ortodontia, sublinhou que está a adaptar a sua clínica aos novos tempos, e que prevê que em breve o espaço que dirige, “seja gerido apenas com meios digitais com o mínimo recurso ao papel, e a utilização de meios recicláveis”. O companheiro rotário explicou que está com muito receio na forma como será distribuído o dinheiro da ‘bazuca’, “porque deveria ser investido no setor privado e nas pequenas empresas, que são o motor da economia nacional”.

Gonçalves Pereira, administrador de empresas no setor automóvel, revelou que fechar as portas afetou diretamente a sua área de trabalho, “aquele que foi o mais afetado dos setores que foram falados hoje neste meio, com a exceção do turismo e restauração”. No entanto, o setor automóvel foi capaz de reagir e adaptar-se rapidamente, apesar da queda de vendas, “o setor conseguiu, com os apoios do Estado, manter os níveis de emprego”, sublinhou.

“Não podemos cruzar os braços” realça Lucinda Amorim

Por fim, a vereadora Lucinda Amorim, enalteceu a presença das várias atividades neste encontro online, que registou para além dos membros do clube rotário poveiro, outros empresários e nomeadamente do Grupo BNI Winner da Póvoa. A autarca frisou os tempos difíceis em que todos conseguiram encontrar alternativas, em que o digital ganhou destaque. Lucinda Amorim, lembrou os meios disponíveis na Câmara Municipal de apoio aos empresários, e do centro empresarial que em breve vai abrir junto às instalações da renovada Central de Camionagem.
A responsável pelo Desenvolvimento Local e Turismo na edilidade fechou a reunião ao reforçar que “devemos aproveitar as oportunidades para dar um outro salto, não podemos cruzar os braços”.