Salva-vidas ‘Patrão Cego do Maio’ entregue na Póvoa de Varzim à Autoridade Marítima (fotos)

0
4234

O novo salva-vidas ‘Patrão Cego do Maio’, nomeado em honra do icónico nadador-salvador poveiro, entrou esta quinta-feira na barra do porto da Póvoa pelas 15h35. A entrega do barco à Autoridade Marítima Nacional foi junto às instalações da Estação Salva-vidas da Póvoa de Varzim. Júlia Silva Ribeiro é a madrinha da embarcação.

A embarcação chegou ao som do poema Lusitânia do Bairro Latino, de António Nobre, com relevo para a parte onde são referidas as lanchas poveiras, e que foi interpretado pelo diseur Aurelino Costa, acompanhado à guitarra pelo jovem Carlos Costa.

A cerimónia, presidida pelo Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro, realizou-se no dia em que o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) celebra o 130º aniversário, e contou com a presença do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Henrique Gouveia e Melo.

“130 anos a salvar vidas” 

Na sua intervenção, o Almirante destacou o “significativo valor” do salva-vidas, pela ligação que a cidade tem com o ISN. “São 130 anos de história, 130 anos a salvar vidas humanas”, frisou.

O Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, reiterou esse mesmo ponto, ao lembrar a “necessidade que hoje concretizamos de reforçar os meios de salvamento marítimo e de garantir que os mesmos contribuem para que as taxas de salvamento e a segurança que o Estado oferece àqueles que se entregam ao mar para ganhar a sua vida se possam manter”.

“Levo daqui hoje o exemplo da dedicação e coragem dos que trabalham todos os dias e noites em prol da segurança”, afirmou o governante.

Homenagem a Cego do Maio

Na sessão, o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, declarou que a homenagem a José Rodrigues Maio, o ‘Cego do Maio’, reconhece o herói como “símbolo da ousadia, da abnegação e da solidariedade”.

“De entre todos os que se distinguiram em missões de socorro a embarcações em risco, ou a náufragos, quem mais que José Rodrigues Maio, o nosso “Cego do Maio”, simboliza essa epopeia dos humildes?”, questionou o autarca.

O salva-vidas ‘Patrão Cego do Maio’ tem 15 metros de comprimento e 4,30 metros de boca. Está pronto desde o ano passado, tendo sido entregue à Marinha Portuguesa em dezembro. Agora, entra ao serviço da Autoridade Marítima Nacional.

Na cerimónia, que contou com um simulacro de salvamento, foram atribuídas 10 condecorações, nove das quais a militares, 3 de grau ouro, duas de graus prata e quatro grau cobre, por diversos salvamentos marítimos. Foi ainda entregue uma medalha a título póstumo, de filantropia e humanidade, ao mestre José Festas, falecido em maio do ano passado, condecoração entregue à sua mulher.

 

Fotos José Alberto Nogueira