O treinador do Varzim SC, Vítor Paneira, afirmou que a equipa tem “de jogar à Varzim” no jogo frente ao Lusitânia de Lourosa, referente à jornada 13 do campeonato da Liga 3. Em antevisão à partida, o técnico declarou que o clube poveiro representa “alma, paixão, crença, raça e orgulho”, e que “temos de ser dentro do campo uma imagem daquilo que são os adeptos do clube”.
Para Vítor Paneira, “não podem ser só os adeptos a puxar pela equipa. Temos de ser nós a puxar pelos adeptos, trazê-los para nós, fazê-los acreditar”. “Os adeptos estão para apoiar a equipa, [o apoio] tem sido incondicional, faça sol, faça chuva. Mas nós temos de fazer muito mais para os fazer acreditar. E é isso que vamos fazer”, disse.
O jogo Lourosa – Varzim está marcado para as 15 horas de sexta-feira (8), no Estádio do Lusitânia FC Lourosa, e tem transmissão no Canal 11. O Lusitânia de Lourosa está em 2º lugar na classificação da série A da Liga 3, com 22 pontos, seguido do Varzim, com 18.
Leia o que foi dito na conferência de antevisão ao jogo:
Depois deste desaire inesperado, qual a sua principal preocupação em relação aos jogadores?
A principal razão e a qual nos move, é pensar já no próximo jogo e pensar que temos de ir jogar a Lourosa. Um jogo difícil, têm uma excelente equipa, mas temos de ir lá recuperar os pontos. Não há outra maneira de pensar a não ser essa. Um jogo que nos correu mal, que tenho toda a responsabilidade sempre e total em todas as derrotas da equipa. Os jogadores, mesmo quando a equipa não é concretizadora como tem acontecido, eu sou o responsável, tenho de ser sempre o responsável, nunca me escondi nem vou esconder. Temos de jogar no próximo jogo na sexta-feira, com caráter de uma equipa que todos nós sabemos que temos, que não está a aparecer muito no jogo, mas temos de ser uma equipa a jogar com alma, com raça, com vontade de vencer. É isso que vamos tentar fazer no próximo jogo, é isso que eu quero que a equipa faça. É esse o nosso objetivo, rapidamente aparecer no próximo jogo. É contra uma boa equipa. Nós gostamos de jogar contra boas equipas. E temos de remediar rapidamente aquilo que nos aconteceu no último jogo em casa.
No global, é obrigatória uma mudança de chip ou não é necessária mudança radical?
Não. Isso significaria que tudo estaria mal desde o início, o que não é verdade. Agora, que tem de haver uma alteração no chip no comportamento da equipa, e nós trabalhamos isso esta semana, e parece-me que a equipa percebe e vai perceber com certeza aquilo que nós vamos pretender para este e para os próximos jogos. É isso que nós temos de estar focados neste jogo. É um jogo bom, um jogo contra uma boa equipa. Nada de receios, vai ser um confronto entre duas boas equipas, das melhores desta série, e nós temos de seguir o nosso caminho e temos de acreditar. Vamos acreditar e temos a certeza absoluta de que vamos conseguir os nossos objetivos.
Fala sempre da questão da raça, do orgulho, da atitude, mas isso nem sempre está a passar para a mensagem aos jogadores.
Mas isso é o próprio clube. Eu tento passar aquilo que é a alma deste clube, tudo que identificou e aquilo que identifica este clube ao longo de 108 anos que identificam este grande clube. Foi com alma, com raça, com paixão e com crença.
Sente que lhes faça isso quando estão em campo?
Eu não diria que lhes falta isso. Toda a gente tem de ter isso, esse comportamento. Eu acho que os jogadores de futebol hoje em dia não podem só ser bons jogadores, têm de ter muito mais que isso. E se não tiverem, vão ter dificuldades. Isto já é desde sempre, desde o meu tempo, dos tempos dos mais antigos, e vai dar continuidade. Só o talento não chega, tem de se ter outros argumentos para estes jogos, para estas equipas, para estes comportamentos destas equipas e tem de se identificar com aquilo que é o Varzim. Quanto mais nos identificamos com o Varzim, mais sabemos aquilo que representa o Varzim, que representou durante 108 anos. É isso, é alma, paixão, crença, raça, orgulho.
É isso que nós temos que temos de ter, temos de jogar à Varzim. Eu sempre disse isso, o que me identifica com este clube é exatamente isso, e não está a acontecer muito isso. É um problema que eu tenho de resolver, sou o responsável naturalmente de tentar transmitir isto à equipa, e vou transmitindo, sempre que possível, em todos os momentos, aquilo que este clube representa para toda a gente. Isto é um clube de sofrimento. Nós temos de sofrer. Nós temos de ser dentro do campo uma imagem daquilo que são os adeptos do clube. Os pergaminhos deste clube são isso.
Nós temos de ter esse caráter, essa característica da nossa equipa, de sermos uma equipa com esse espírito. Temos de ter sempre, e todos os jogos das equipas com menos valor que nós já o provaram, que não chega só ser melhores na qualidade, que se não igualarmos os outros clubes na competitividade, na agressividade, na luta, no querer, na vontade, na primeira, na segunda, na terceira, na quarta bola, nós vamos ter problemas. Qualquer equipa vai ter problemas. É isso que nós estamos a tentar rapidamente corrigir.
O Vítor tem falado disso muitas vezes, que é a força dos adeptos, que tentam ajudar aqui, tentando empurrar. Esta é uma altura em que terá também de ser a equipa a puxar um bocadinho os adeptos em algumas frentes? Há algum desânimo?
Muito, mas é verdade. Não podem ser só os adeptos a puxar pela equipa. Temos de ser nós a puxar pelos adeptos, trazê-los para nós, fazê-los acreditar. E é isso que nós temos de fazer todos os domingos, não é só todas as sextas-feiras, como vai ser nesta sexta-feira o próximo jogo. Não são só os adeptos que têm só puxar pela equipa. Os adeptos estão para apoiar a equipa, [o apoio] tem sido incondicional, faça sol, faça chuva. Mas nós temos de fazer muito mais para os fazer acreditar. E é isso que vamos fazer. Temos de fazer.
Nós sabemos que temos qualidade. Agora, temos de ter mais qualquer coisa, é isso que eu estou a tentar implantar na equipa, dar à equipa. Foi isso toda a vida que eu senti do Varzim, quando não joguei, quando joguei, quando cá estive. Porque o Varzim tem esta característica, ser uma equipa lutadora, de sofrimento e que tem de trabalhar muito. Nós temos de fazer isso. Se o fizermos, vai ser um Varzim completamente diferente. O Varzim é a imagem deste clube e desta tradição e destes 108 anos em que o Varzim foi um clube de sofrimento, de trabalho, de luta, de glória, porque teve grandes momentos de conquistas. É esses momentos que nós queremos fazer acreditar toda a gente outra vez.
O jogo de amanhã, apesar de não ser decisivo, é crucial para essa mudança de atitude?
Todos os jogos. Este é o próximo, mas esta mudança de atitude já tem de acontecer a qualquer momento. Já devia ter acontecido mais cedo. Eu debato-me muito com isso, com os jogadores. E eles podem explicar. Não têm de se explicar o que se passa dentro, mas dizer, eu posso estar à vontade para dizer porque é uma das razões que eu peço todas as semanas. Utilizando até uma linguagem de um ex-treinador meu, quando eu jogava no Benfica, que dizia que havia três coisas que nós tínhamos de fazer, que era correr, correr, correr. Porque o resto nós éramos que eles. Nós temos de fazer isso.
Desde o último jogo, já recuperaram os jogadores?
O Vasco Rocha não está, mas recuperamos os dois avançados, estão disponíveis quer o Vieira quer o Areias, para o jogo da manhã.