Vereador da Câmara da Póvoa faz queixa no Ministério Público contra antigo autarca

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Marco Barbosa (na foto à esquerda), vereador eleito em 2017 pelo PSD na Câmara da Póvoa de Varzim, apresentou esta terça-feira uma participação ao Ministério Público contra Ricardo Zamith (na imagem à direita), antigo vereador que exerceu funções na autarquia poveira entre 2013 e 2017, também eleito nas listas social-democratas.

Segundo Marco Barbosa, em causa estão mensagens recebidas no seu telemóvel “de caráter injurioso que lhe está subjacente e pelas graves insinuações que colocam em causa o meu bom nome e honra” e acrescenta que “isto traduz-se em abuso de confiança assente numa postura de ameaça (ex: “é o último aviso que te faço a bem”), coação e constrangimento ilegítimo da minha ação enquanto Vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim”, lê-se no comunicado transmitido pelo próprio vereador em exercício, após a reunião de Câmara realizada ao final da tarde desta terça-feira, revelando que deste processo também “deu conhecimento ao presidente de Câmara e todo o restante executivo”.

Na nota lida aos jornalistas, Marco Barbosa explica “que o processo urbanístico (751/20) que motivou estas mensagens – as quais nunca mereceram resposta da minha parte – seguiu toda a tramitação normal. As questões levantadas decorreram, apenas e só, da necessidade de correção de uma desconformidade na rede de águas pluviais (colocação dos tubos de queda). Posto isto, mal obtive a confirmação de conformidade por parte do respetivo setor, foi de imediato emitido o alvará requerido”.

Para Marco Barbosa o teor das mensagens recebidas através da plataforma WhatsApp “indicia a prática dos crimes de injúria e coação agravada”, o que levou o também presidente da JSD da Póvoa de Varzim a “participar dos mesmos hoje (terça-feira) ao Ministério Público (MP), tendo em vista a instauração do procedimento legal adequado”.

Líder da Iniciativa Liberal fala em “clara tentativa de pressão política”

Ricardo Zamith, atual líder da Iniciativa Liberal na Póvoa de Varzim, contactado pelo MAIS/Semanário, garante que não fez nada merecedor de queixa no MP, e que apenas solicitou a um vereador seu conhecido que tivesse “zelo” pela função. Por esses motivos, diz estar a ser alvo de uma “tentativa de pressão política”.

“Fiquei muito surpreendido ao saber que é assim que agora tratam os munícipes na Câmara da Póvoa, com participações ao MP, quando na realidade quem tem razões de queixa relativamente ao município sou eu”, começou por comentar ao nosso jornal, acrescentando:

“Se solicitar a um vereador meu conhecido que tenha zelo na sua função, cumprindo com os prazos legais na emissão de um alvará, é motivo para uma participação no MP, então estamos perante uma clara e primária tentativa de pressão política, com ataques pessoais a quem lidera uma oposição liberal. E alguém que nunca deixará de lutar pelos seus ideais. Se decidirem insistir neste caminho cá estarei, sabendo diferenciar as vias judiciais do debate político, mas com a certeza que combaterei sempre com firmeza”, sustentou.

Para Ricardo Zamith, esta decisão da Câmara “não é mais do que uma demonstração que se acham os ‘donos da Póvoa’, que convivem mal com a democracia. Quando o país já demonstrou que não há lugar para Donos Disto Tudo, é pena que o executivo municipal da Póvoa não o tenha ainda entendido”.