Com uma aposta na “transparência” e na “verdade”, Vítor Costa promoveu, na manhã de segunda-feira, um “pequeno-almoço de trabalho”. No encontro com os jornalistas, discutiu três grandes temas: a chamada Agenda 2030 do Município, a auditoria às contas municipais, e a promessa feita em campanha eleitoral de 100 medidas para os 100 primeiros dias de governação.
Sobre o anúncio de três empréstimos, no valor total de 3,5 milhões de euros, aos quais o Município recorreu para, diz, “ultrapassar as grandes dificuldades de tesouraria que temos”, Vítor Costa afirma que “não foi uma decisão fácil. Não vamos esconder o que quer que seja, e serão os vilacondenses a fazerem uso de justiça”.
O empréstimo de 1,5 milhões é a curto prazo, e terá de ser pago até ao final do ano. Este valor, defende, é necessário para pagar “as nossas despesas, as mais elementares, como água e luz” e, sem ele, estaria “em risco todo o funcionamento da estrutura e espaços municipais”. Os outros dois empréstimos, ambos de 1 milhão de euros, são de médio e longo prazo e têm vigência de 20 anos. Servirão, segundo o presidente da Câmara, para pagar duas grandes empreitadas lançadas pelo executivo de Elisa Ferraz: o Centro Comunitário das Caxinas e a remodelação e ampliação do Bairro do Farol.
Esta última obra, no valor de 2,4 milhões de euros, “não teve qualquer comparticipação comunitária”, o que considera “verdadeiramente incompreensível” e “uma pressa eleitoral. Foi puro eleitoralismo, querer mostrar obra, e agora todos vamos pagar”.
“Bastava esperar uns meses e incluir esta empreitada na nossa estratégia local de habitação para que o financiamento fosse feito a 100% por fundos comunitários”, sublinhou.
Já relativamente ao Centro das Caxinas, também “não teve comparticipação comunitária, no valor de 4,5 milhões de euros”, apenas os “arranjos exteriores, na ordem dos 500 mil euros” foram comparticipados. “Mais uma vez se perdeu uma oportunidade”, afirmou.
Ainda sobre as contas do Município, Vítor Costa garantiu que o processo de escolha pública da entidade que irá promover a auditoria já está iniciado e espera em abril já ter resultados. “O processo está em curso. Como temos tido um conjunto de surpresas, podemos alargar o âmbito da auditoria, nomeadamente nas obras e urbanismo”, referiu.