Vitoriano Ramos é membro da equipa técnica de António Barbosa, mas já esteve no papel de jogador do Varzim. Com 65 anos, o antigo defesa lateral direito recorda dérbis realizados pelo Varzim frente ao Rio Ave.
Já há quatro décadas, quando Vitoriano Ramos vestia a camisola alvinegra dentro das quatro linhas, os jogos contra os vilacondenses “eram vividos com grande intensidade”, devido à “rivalidade existente entre as cidades”. E ganhar era imperativo: “nós, os jogadores, tínhamos sempre a ideia de que se havia equipa contra a qual nunca podíamos perder era o Rio Ave”, conta.
Agora, como treinador, admite que o papel assumido é muito diferente. “Como jogador, somos nós que vamos exercer a profissão, jogar, resolver o problema”; “como treinador, só podemos dar indicações, ajudar e transmitir a mística do clube, a forma como o clube joga e precisa de ganhar, essencialmente nestes jogos porque a massa associativa fica muito mais alegre”.
E sobre os adeptos, depois de um dérbi sem público em julho, o Estádio do Varzim vai poder encher 33% das bancadas neste domingo. Para Vitoriano, a presença do público é indubitavelmente “muito mais emocionante e dá muito mais prazer aos jogadores” – tanto para o Varzim como para o Rio Ave.
Atualmente, o plantel do Varzim é mais variado e não tem tantos poveiros como na altura de Vitoriano Ramos. Isto porque “as circunstâncias do futebol são completamente distintas do que eram há 40 anos atrás quando eu jogava”, diz, mas uma coisa é certa: “a chama do jogo e o querer ganhar está sempre presente em todos os jogadores de futebol”.
Para domingo, “não há outra forma de pensar”: ganhar é o objetivo. “É um jogo especial, um jogo de emoções, em que as pessoas se sentem apaixonadas pelo jogo, e a prova disso é a procura de bilhetes”, que esgotaram dias antes da partida.
Da parte do Varzim, Vitoriano promete que “vamos tentar dar uma resposta positiva” e “fazer com que se sintam orgulhosos pela camisola que vestem”.
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