Passeios na história: Origem da Capela de Nossa Senhora da Lapa

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Não deixa nunca de ser estimulante olhar para os monumentos, especialmente os da nossa terra e pretendermos pôr em cada um toda a nossa curiosidade obre o porquê, o quando e o como surgiram eles. Sabemos bem que tudo tem uma causa e, por essa razão, fomos procurá-la… encontrando no Capitulo XV das “Memórias históricas da Vila da Póvoa de Varzim”, escritos do Padre José Gesteira em 1851 que, pelos meados do séc. XVIII, vieram de Espanha uns padres franciscanos missionar na nossa terra trazendo como protectora dos seus trabalhos de apostolado a Santíssima Virgem da Lapa, desejando eles estabelecer templos nos lugares onde serviam, onde anunciavam a palavra e onde louvavam a Rainha do Céu. Os pescadores, mobilizados pala palavra destes frades decidiram pôr em prática esse intento organizando um “monte-pio” para começar, de imediato, essa fundação. Esse culto teve início na Capela de S.Tiago.

Após a angariação de alguns fundos requereram ao Sacratíssimo Arcebispo de Braga, D. Gaspar, no dia 17 de Agosto de 1770 autorização para erigir, no lugar do Faxo, uma capela, autorização essa que lhes foi concedida pelo Doutor José Maria Pinto Brochado em representação da diocese tendo, no dia 4 de Agosto do mesmo ano (1770), sido autorizado o lançamento da primeira pedra segundo o Ritual Romano o que foi feito no dia 9 do mesmo mês, com grande júbilo.

Após dois anos de trabalho ficaram concluídas as obras sendo, novamente, requerido ao Prelado a licença para a bênção solene o que foi concedido no dia 13 de Agosto de 1772 sendo realizada uma pia cerimónia no dia 15 do mesmo mês.

Os Estatutos da Confraria que iria reger a Capela foram aprovados pela Rainha D. Maria I que lhes conferiu a oficialização tomando a Irmandade debaixo da sua protecção e isentando-a da jurisdição paroquial por Alvará de 21 de Fevereiro de 1791.

Em 2 de Setembro de 1720 o escrivão da comarca Crispim Caetano da Costa, por ordem do Corregedor Francisco Almada, na impossibilidade da presença deste, rubricou o livro do Estatuto aprovado no ano anterior ficando assim a Irmandade com o título de Real Irmandade Nossa Senhora da Assunção, que ainda hoje conserva.

                                                                                                                                      Paulo Veríssimo