No dia 21 deste mês de setembro, fez 20 anos que o meu pai faleceu. Apesar de habituada a lembrar pessoas que já partiram, reconheço que este artigo é mais difícil de escrever. Estou a lembrar o meu pai, com todos os sentimentos que tal escrita implica. Armindo Torres Teixeira nasceu a 27 de julho de 1927 em Argivai. Filho de José Teixeira, natural de Gatão, Amarante e de Elisa Martins Torres, natural de Argivai. Inicialmente entrou para o Seminário da Nossa Senhora da Conceição, em Braga (Confraria 1939-1940), onde esteve, por diversas vezes, no quadro de honra, pelas notas elevadas em especial, nas cadeiras de Filosofia e de Latim. No entanto, optou pela carreira militar, na qual ingressou em 1948. Primeiramente no Quartel de Tavira, tendo estado ao longo dos anos, em Abrantes, na Senhora da Hora, em Braga, em Lisboa, em Águeda, em Macau, em Lamego onde fez o curso de Rangers, em Chaves, em Angola, na Guiné-Bissau e por último na Póvoa de Varzim.
Em 1950 casa com Maria Albina Moreira de Azevedo, natural de São Simão da Junqueira, Vila do Conde, com a qual viria a ter 10 filhos, sendo que uma filha faleceu subitamente, ainda bebé. São por isso e até esta data, 9 filhos vivos, todos licenciados e um doutorado. É em 1951, que Armindo Teixeira embarca no navio Vera Cruz para Macau, começando assim uma das várias Comissões Militares que realizou. Esteve também em Angola (1961-1964) e na Guiné-Bissau (1970-1973). Em maio de 1975,já no Quartel da Póvoa de Varzim, foi promovido a Capitão do Exército. Armindo Teixeira possuía uma bagagem cultural invejável, sendo também poliglota.
Além da língua inglesa, falava e escrevia a língua chinesa e a língua russa. Os anos que passou em Macau, tornaram-no num dos poucos portugueses à época, a ler e a escrever exemplarmente o mandarim. Teve um professor chinês que o ensinou e que o tornou exímio nessa arte. Chegou a ser convidado para lecionar mandarim. Ainda em Macau escreveu diversas traduções de contos e trechos da literatura chinesa para a Revista Mosaico Órgão do Círculo Cultural de Macau e para a Revista Semanal Católica: Religião e Pátria. Na imprensa poveira escreveu imensas traduções da língua chinesa para vários jornais como: Aqueduto (1978) que existiu em Argivai; O Comércio da Póvoa de Varzim(1988 e 1995) e para A Voz da Póvoa(1986 e 1994).Foi um estudioso incansável até que a chama da vida, se apagou aos 73 anos. O Capitão Armindo Torres Teixeira faleceu repentinamente a 21 de setembro de 2000.
Sofia Teixeira