É, mais uma vez, com sabor agridoce que falo do Desporto neste momento.
Enquanto amante do desporto amador, em particular, do atletismo poveiro, e como interveniente é com desgosto que não vejo o arranque das mais diversas competições e campeonatos que enchiam a agenda desportiva do concelho, nomeadamente, a 41ª Edição do Plano de Promoção de Atletismo da Póvoa de Varzim, que habitualmente teria a sua primeira competição nesta altura do ano. Um evento que prima pela singularidade e que se apresenta como um elemento essencial na promoção desportiva da comunidade poveira.
No entanto, enquanto português orgulhoso pelo Miguel, pelo Jorge, pelo João, pela Telma, pelo Rúben, pelo Cristiano, pelo Ivo, pelo Rui, pelos ’Filipes’, Iuri, Maria, Fernando, Lenine, Márcio e pelo Gonçalo. Estes, recentemente brilharam pelo mundo e mais nomes teríamos se mencionasse cada jogador das seleções de andebol e hóquei patins.
Apesar de defender que importa respeitar o desporto, as milhares de horas de treino, o trabalho e o investimento dos atletas, os clubes, os dirigentes, os treinadores e as famílias de todos, também defendo que o momento que atravessamos requer de nós uma atitude inteligente, sensata e, acima de tudo, paciente. Isto torna-se ainda mais evidente quando, ainda esta semana, curiosamente, tivemos conhecimento que o primeiro jogador profissional de futebol, jogador do Varzim Sport Club, após ser infetado com SARS-CoV2, teve necessidade de assistência hospitalar. Sermos desportistas e aparentemente saudáveis, não nos confere imunidade. É um momento que requer medidas inovadoras e apela à nossa capacidade de resiliência para continuar a praticar desporto e atividade física sem nos pormos em risco.
Henrique Ferreira