A Direção-Geral Saúde (DGS) consultou um grupo de peritos para avaliar a recomendação feita pelos Estados Unidos, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, de se usarem duas máscaras em simultâneo.
Em entrevista ao Público, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas diz também que há excesso de informação sobre a Covid e que isso causa cansaço nas pessoas. “Creio que há um excesso de comunicação sobre o tema em si. É muito monotemático. Isso não só cansa as pessoas, como leva a que no mesmo dia oiçam três ou quatro mensagens que não são concordantes”.
A responsável pela DGS justificou ainda o facto de ter deixado de dar conferências diárias sobre a doença, o que aconteceu na primeira e segunda vaga da pandemia. “Em nenhum país do mundo a estratégia de comunicação é uma coisa que é do domínio técnico, é do domínio nacional e do domínio obviamente político. Há diferentes fases. Nenhum país deixa a estratégia de comunicação ao nível do seu funcionário técnico. Essas estratégias têm de ser entendidas como desígnios nacionais.”
Graça Freitas fala ainda sobre o facto de ter contraído a doença e como lidou com a infeção. “Sei em que dia e em que hora fui infectada, foi na DGS. Os meus contactos sociais estão reduzidos a dez, não faço mais nada do que o movimento pendular daqui para casa, e o meu marido não teve a doença. Estou convencida de que foi uma questão de ventilação, porque estávamos de máscara, a distância suficiente, pusemos álcool nas mãos. A única coisa que consigo intuir é que aquela sala estava fechada e basta ter havido uma pequena saída do vírus.”
Relata que teve fortes dores musculares e que teve “medo”, já que há muitas flutuações na evolução da infeção. “Um dia a pessoa sente-se relativamente bem e no dia seguinte tenta sair da cama e já não está como estava. Isso cria medo”, diz na entrevista.
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