O deputado Duarte Alves, do PCP, endereçou uma questão ao ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, acerca da Unidade de Confinamento, Preparação e Tratamento de Resíduos Urbanos (UCPT), gerida pela Resulima e instalada em Paradela, Barcelos, que tem levantado queixas por parte da população vizinha, nomeadamente das freguesias poveiras de Laúndos e Rates.
“De que forma tem acompanhado os impactos negativos junto das populações vizinhas do funcionamento” do aterro, questiona o deputado, para além de, “considerando a gravidade da situação e que as medidas tomadas até ao momento não melhoraram significativamente a situação, avalia a possibilidade de determinar medidas excecionais, desta feita eficazes e céleres, com vista à resolução dos impactos dos odores emitidos?”.
O PCP refere que, desde que foi inaugurado em janeiro de 2022, o aterro tem sido alvo de “várias ações e queixas” devido ao odor, que “é sentido a quilómetros de distância”.
Em abril passado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) realizou uma inspeção ao local e confirmou a “existência de ‘odores incomodativos’ e de oito informidades no funcionamento do equipamento”.
Entretanto, recentemente, a CCDR-N confirmou “a persistência dos impactos negativos denunciados pelas populações” e determinou a criação de uma barreira cénica e a implantação de uma cortina arbórea no extremo sul da instalação bem como a apresentação dos resultados do ‘Estudo de avaliação de medidas adicionais de mitigação da emissão de odores”, num prazo de dois meses.
“A informação destas condições pela CCDR-N não tranquilizou as populações, que receiam que”, diz o PCP, “mais uma vez, as medidas concretizadas pela Resulima não resolvam os problemas que continuam a persistir”.
O Partido Comunista sublinha ainda que o aterro, que teve um custo de 28 milhões de euros, “foi anunciado como um equipamento moderno e tecnologicamente avançado”. Refere ainda que “a empresa Resulima é composta maioritariamente por capitais da Empresa Geral do Fomento (empresa do grupo Águas de Portugal privatizada ao Grupo Mota-Engil em 2014 por decisão do governo PSD/CDS-PP)”.
Entretanto, no sábado, a Comissão Concelhia da Póvoa de Varzim do PCP esteve presente na manifestação junto ao aterro de Paradela, que juntou centenas de pessoas residentes nas freguesias vizinhas ao equipamento.