O presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, afirmou na sessão da Assembleia Municipal realizada na quarta-feira (20) que a questão do aterro de Paradela, gerido pela Resulima, “é um nó difícil de desatar porque não há vontade política”. Lembre-se que desde o início de 2022 que as populações vizinhas ao aterro, nomeadamente as freguesias poveiras de Laúndos e de Rates, se queixam de maus odores provenientes do equipamento.
“Lamentavelmente, este é um nó difícil de desatar porque não há vontade política para o desatar. E muito menos se compreende que, ainda esta semana, tenham reunido a administração da Resulima e os autarcas [dos municípios servidos pelo aterro] com o senhor secretário de Estado do Ambiente e não tenham abordado aquilo que, para mim, era a questão fundamental, que é a questão ambiental. Limitaram-se a falar de taxas”, disse Aires Pereira.
Segundo o autarca, “temos de continuar a insistir. Temos de continuar a defender as populações e aquilo que são as circunstâncias que lhes alteraram o modo de vida”. “Nós iremos continuar a pugnar pela reposição da legalidade”, afirmou, sublinhando achar “lamentável que aquilo esteja a funcionar de forma ilegal, porque ainda não resolveram a questão que tem afetado as populações”.
“Neste processo, o município da Póvoa de Varzim há de continuar a defender a legalidade”, disse. “Já levei [o assunto] a Bruxelas, já fizemos também uma denúncia à senhora comissária responsável pelas verbas, uma vez que isto foi um projeto financiado com dinheiros comunitários, mais de 12 milhões de euros. Foi-nos prometida uma auditoria. Esperemos que as coisas aconteçam”.
Num contexto em que as tarifas de tratamento de resíduos sólidos urbanos vão aumentar, Aires Pereira foi questionado se acredita que os municípios associados e a Resulima estarão disponíveis para realizar o investimento para resolver o problema dos maus cheiros. O edil respondeu que “o problema dos custos não tem nada a ver com isso. Nós temos uma lei para cumprir, e se temos uma lei para cumprir e se o equipamento não está a funcionar em condições, tem de ser colocado a funcionar em condições”.
“Os custos inerentes àquela transformação terão de ser suportados, naturalmente, pelos associados. Mas também não estamos a falar de muito dinheiro: estamos a falar de 6 milhões e tal, se dividir aquilo por mais de 50% que é o concessionário e o resto para os municípios que também são acionistas, não me parece que seja difícil de resolver. É preciso haver vontade para resolver”, terminou.