“Com certeza que iremos levar o Correntes d’Escritas à Arena, quando estiver concluída”

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Já terminou a 25ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, que transformou, durante cerca de uma semana, a Póvoa de Varzim na capital da literatura. Esta segunda-feira há uma mesa no Instituto Cervantes, em Lisboa. Depois, o voltará em 2025. O vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa, Luís Diamantino, também criador e mentor deste projeto, fez um balanço do percurso do Correntes.

As Correntes já percorreram vários palcos: Biblioteca, Auditório, Hotel Axis e Garrett. Elas são mutantes, mas parecem nunca parar em lado nenhum… Quando se começou no auditório da Biblioteca, onde cabem cerca de 100 pessoas, na altura, nós tínhamos para aí umas 40 pessoas, não tínhamos mais. Mas depois, no segundo ano, vimos que já não cabia, então fomos para o Auditório. No Auditório, cabiam 350 mais ou menos, mas também vimos que já não cabia – para além da fila imensa que se formava ali, que ia até ao Pavilhão Municipal. Portanto, enquanto o Garrett não estava pronto, fomos para o Axis, que lá cabiam 600 ou 700 pessoas, e estavam pessoas em pé, estava cheio.

Mas a necessidade de trazer as Correntes para o centro da cidade era muito importante para a cidade, para o tecido comercial da cidade. Termos as Correntes d’Escritas no Garrett é muito importante para esse trabalho que tem a ver com a cidade, que tem a ver também com o tecido comercial. Está ali no centro. Para além dos restaurantes, todos ali à volta, que toda a gente vai aos restaurantes ali à volta, para além do comércio que lá existe, para além das livrarias.

Se nós pensarmos, depois das Correntes, surgiram mais duas livrarias na Póvoa. Quando nós pensamos que os livros estão a desaparecer, quando pensamos que as livrarias estão a desaparecer, na Póvoa cresceram, digamos, quase 100%: tínhamos duas, passamos a ter quatro. É assim, nem mais nem menos.

É importante fazermos este desenvolvimento do Correntes d’Escritas ali no Garrett. As Correntes d’Escritas nunca mais vão sair do Garrett, logicamente. Dão ali vida também àquele espaço. E, para além disso, aliás, há a Póvoa antes do Garrett e há a Póvoa depois do Garrett. Não só nas Correntes, mas também com toda a atividade cultural que o Garrett tem e que está todos os dias ocupado. Não só com a programação cultural local, mas também com a programação cultural nacional e internacional, que trazemos cá.

Com certeza que iremos também levar as Correntes à Arena, quando estiver concluída, numa ou noutra mesa. Nós também sabemos quando é que há mais gente e quando é que há menos gente, também conhecemos perfeitamente como é que o público leitor reage a esta e àquela mesa.

Por exemplo, nós vamos ter aqui aquele programa com o Carlos Vaz Marques, com o João Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira, em direto para a televisão. Tenho a certeza de que, se tivéssemos a Arena pronta, encheria a Arena. Imagem da atual construção da Arena. Foto de Eros Trevisan.

Este texto faz parte de uma entrevista publicada na edição de 21 de fevereiro no jornal MAIS/Semanário, que pode ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).