O cardeal D. António Marto defende que “estamos a viver um período de indiferença religiosa”, um “esquecimento de Deus e da sua presença” na sociedade contemporânea. As afirmações foram feitas pelo bispo emérito de Leiria-Fátima, nas comemorações do 20º aniversário da beatificação de Alexandrina de Balasar.
Na sua homilia, D. António Marto versou sobre três tópicos: “Alexandrina como testemunho da fé vivida no diálogo de amor e confiança com Deus pai”, “o amor da sua vida, o amor a Cristo presente no sacramento da Eucaristia”, e “Santa do sorriso, da ternura e da paz”.
Afirmando-se como um “peregrino, de Fátima a Balasar”, o religioso saudou todos os que se deslocaram à freguesia poveira, “atraídos pela nossa particular devoção a nossa querida Beata Alexandrina de Balasar, para nos inspirarmos no seu testemunho e no seu exemplo, a fim de reavivarmos a nossa fé e vida cristã”. Admitiu também que se deslocou a Balasar a fim de responder ao convite do pároco Manuel Casado Neiva, “mas também numa intenção particular, como quem vem satisfazer uma dívida de gratidão a Deus, que me concedeu uma graça na minha vida, por intercessão da Beata Alexandrina”.
Sobre a sociedade atual, D. António Marto afirmou que “estamos a viver um período de indiferença religiosa. Uma espécie de eclipse, ocultamento, da presença de Deus nas consciências, na vida, nas famílias, na sociedade, na cultura. O esquecimento de Deus e da sua presença. Isto está a contagiar muitos cristãos, e levar a viver a vida como se Deus não existisse”.
“Não se pode ser cristão por mera tradição, seja familiar, seja cultural. Hoje, para ser cristão, é preciso sê-lo por opção, por escolha pessoal, e viver a fé com experiência de vida”, declarou, pondo a questão: “vivo a fé com alegria ou como um fardo, um peso? Procuro viver a vida com a dignidade de um filho de Deus?”.
Veja a fotogaleria da missa presidida pelo bispo emérito de Leiria-Fátima: