No artigo deste mês de março, regresso à rubrica: Estranhos conhecidos, nascidos em Argivai e que se notabilizaram nas mais diversas vertentes. Desta vez, escrevo sobre Alexandrino Leituga que tendo sido padre, tornou-se numa personalidade muito activa da Arquidiocese de Braga assim como nas inúmeras colaborações que prestou também na nossa cidade da Póvoa de Varzim.
De acordo com o que os registos paroquiais nos dizem, Alexandrino José Leituga nasceu em Argivai, no lugar do Bom Sucesso, pelas três horas da tarde, do dia sete de Agosto de 1871, vindo a ser batizado no dia onze do mesmo mês na Igreja Paroquial de São Miguel de Argivai. Tendo sido filho legítimo e primogénito de Manuel António Leituga, carpinteiro, natural da freguesia de Bagunte e de Clarina das Dores, que “se ocupava de serviços domésticos”1, natural da freguesia de Touguinha, sendo que ambos eram moradores no lugar do Bom Sucesso. Alexandrino Leituga teve como avós paternos Francisco José Leituga e Maria Joaquina de Azevedo, naturais da freguesia de Bagunte e como avós maternos, o avô António Lopes das Bouças, natural da freguesia de Touguinhó e a avó Joaquina das Dores, natural de São Cristóvão de Rio Mau. O registo de batismo informa-nos ainda que o seu padrinho de batismo, foi o próprio padre em funções nesta altura, na freguesia de Argivai, sendo ele o Padre Manuel Joaquim de Faria Brito e como madrinha, esteve presente no registo Maria das Dores, lavradeira e natural da freguesia de Amorim.
Os registos paroquiais são sem sombra de dúvida, não só fundamentais como também deveras interessantes nas múltiplas informações que nos cedem para que possamos construir, aos poucos, a imensa teia de famílias, de ligações genealógicas possíveis que existiram ao longo da história comum a todos.
Ora pois bem, Alexandrino Leituga após seguir a vertente seminarista tornou-se padre. Nessa função foi pároco de Santa Maria de Abade do Neiva em Barcelos. Teve a posição de secretário do Bispo de Bragança e do Prior da Póvoa de Varzim, entre 1924 e 1932. Como jornalista, organizou o 1º Congresso Eucarístico das Paróquias e o 2º Congresso Eucarístico das Paróquias da Diocese de Braga, entre dois e cinco de junho de 1925. Colaborou em jornais como o “Ideia Nova”, foi Diretor de redação do Semanário “Voz da Póvoa” e foi ainda, assistente de “A Voz do Crente”.
O padre Alexandrino Leituga viria a falecer a vinte e três de Fevereiro de 1939 na cidade da Póvoa de Varzim, onde se encontra sepultado e no seu jazigo, consta uma placa com a respetiva homenagem do seminário da Arquidiocese de Braga.
Durante bastante tempo, o jazigo onde está sepultado esteve abandonado, mas graças à intervenção da Paróquia da Matriz através do Prior Padre Torres foi recuperado e levada a cabo a conservação do seu último repouso.