Elisa fala em “polémica fabricada” sobre obras no Centro Paroquial

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Elisa Ferraz, presidente da Câmara de Vila do Conde, considerou que se “está a fabricar uma polémica” em torno da recusa da autarquia em apoiar financeiramente as obras de remodelação do Centro Paroquial local.

A questão surgiu na última sessão da Assembleia Municipal vila-condense, onde os deputados do PS, maior força de oposição, propuseram um voto de louvor à Paróquia do São João Baptista e a concessão de um apoio financeiro para a empreitada de remodelação do edifício da Centro Paroquial Padre Profírio Amorim, orçada em 1.5 milhões de euros.

Os socialistas consideraram que remodelação do edifício “seria importante”, destacando que no local se presta “um serviço um público, uma vez que no espaço 600 crianças frequentam a catequese”.

Entendimento diferente tem a presidente da Câmara Elisa Ferraz, que não entendeu que a obra vá servir para fins sociais, e apesar de lembrar que “o Estado é laico”, está disposta a prestar um apoio apenas em termos de isenção de taxas e licenças municipais para a construção do equipamento.

“Seria uma obra de interesse social se fosse ao encontro daqueles mais necessitados ou que estejam mais fragilizados. Não é o caso, estamos falar de espaços adequados à catequese, uma prática religiosa”, partilhou na terça-feira Elisa Ferraz, numa conferência de imprensa promovida para o efeito.

A autarca lembra que o projeto, que já teve apoio da autarquia com disponibilização de técnicos de engenharia e arquitetura, estão contempla “camaratas, suites, auditórios, que seguindo diz o prior, serão para alugar”, algo que Elisa Ferraz não vê que tenha cabimento para atribuição de “dinheiros públicos”.

A presidente da Câmara garantiu que o responsável da paróquia nunca lhe pediu “diretamente apoio para remodelação do edifício”, estranhado que a questão tenha surgido numa Assembleia Municipal.

“Parece-me uma polémica fabricada. Porquê é que uma paróquia utiliza os partidos políticos reivindicar incentivos? Parece-me incrível que atrás de uma proposta de voto de louvor venha uma implicação de um apoio financeiro”, desabafou Elisa Ferraz.

A autarca lembra que na sua vigência já foram dados apoios a outras paróquias do concelho, para pequenas obras de requalificação, mas nunca para uma empreitada com esta dimensão e valor.

“Se houver necessidade uma ajuda para uma requalificações, de um telhando, de um altar, das paredes, nós damos esse apoio. Mas aqui estamos a falar pedido para um grande projeto, de 1,5 milhões de euros, em que se pede colaboração para algo que não vemos dimensão social”, partilhou.