O Clube Taurino Povoense anunciou ao princípio da noite de sexta-feira o adiamento da corrida de touros que estava agendada para este domingo às 17h na Praça de Touros da Póvoa de Varzim, justificando a decisão pela ausência de uma sentença judicial.
Depois da Câmara Municipal ter negado o aluguer do equipamento para a realização do evento, o clube recorreu ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto para contestar a decisão, mas não obteve resposta a tempo de poder levar a cabo a corrida.
“A tourada deste domingo foi adiada até ser conhecida a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, que irá pronunciar-se sobre a vontade inaceitável do autarca poveiro de proibir corridas de touros no município”, informou o Clube Taurino Povoense, através de um comunicado.
Os responsáveis do clube esperam que a resposta do tribunal seja conhecida durante “a próxima semana”, para então anunciarem uma nova data para a corrida que está envolta em polémica, uma vez que a autarquia não cede o espaço, por considerar que a arena, que será em breve demolida, não tem condições de segurança.
“Não são os técnicos da câmara, condicionados pela vontade do seu presidente, que determinam se a praça de touros está em condições de receber a nossa festa. É à IGAC [Inspeção-Geral das Atividades Culturais] a quem compete realizar a necessária vistoria e atribuir a correspondente autorização para a tourada”, aponta o clube taurino na nota informativa.
Contactada a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que detêm o equipamento e o gere através da empresa municipal Varzim Lazer, reiterou que a praça de touros está sem condições de segurança para receber qualquer evento.
“Já no mês de maio, quando recebemos o pedido para o aluguer da praça de touros informamos que esta não reunia condições de segurança para receber este e outros espetáculos, até porque já estão ser iniciadas as obras de preparação para a demolição do equipamento para dar lugar à Póvoa Arena”, garantiu Andrea Silva, vereadora da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e presidente do Conselho de Administração da Varzim Lazer, empresa municipal que gere o equipamento.
A autarca acrescentou que será dada uma resposta às duas ações que o Clube Taurino interpôs em tribunal, e disse que “estranha que estejam a ser vendidos bilhetes para um evento que não tem autorização para ser realizado”.
O Clube Taurino informou, entretanto, que “quem comprou os ingressos para a corrida poderá conservá-los até à divulgação da nova data ou dirigir-se ao local onde adquiriu o bilhete e solicitar a devolução do valor do mesmo”.
Além da falta de condições de segurança da Praça de Touros local, a Póvoa de Varzim aprovou, em 2018, em Assembleia Municipal, uma proposta para a interdição da realização, na área do município, de corridas de touros e outros espetáculos que envolvam violência animal.