ARMANDO MARQUES
Agora que completei, há dias, 86 anos de idade e 58 a escrever na imprensa diária, regional e local, e ainda em diversas publicações de vária índole, mas sempre abordando assuntos de interesse público, da
Póvoa ou associativo, sinto que é chegado o momento de fazer um balanço desta actividade jornalística, em paralelo com a profissional, uma e outra muito diversificadas. Quanto à primeira comecei no semanário “Ala-arriba” como comentador desportivo, sob o pseudónimo DONAMAR e depois como coordenador de conteúdos. Decorria o ano de 1957. Logo de seguida recebi convite para correspondente do vespertino “Diário do Norte”, com instalações na cidade do Porto, dirigido pelo Pro Universitário António Cruz, frequentador da nossa praia. Nele fui, para além de correspondente, colaborador semanal com uma secção “Coluna do disco” que divulgava as edições discográficas de Portugal e Espanha.. Poucos meses depois recebi convite para correspondente do “Comércio do Porto”, que aceitei e onde tinha lugar em reuniões com a Direcção e os colegas de Viana do Castelo, Viseu, Espinho e Braga, periodicamente realizadas no Hotel Infante de Sagres, distinção que muito me honrou. Recebi, entretanto, convite para idênticas funções no “Diário Popular” um importante vespertino de Lisboa, com cobertura nacional. E com menor presença, no jornal “A Voz”, dirigido pelo nosso conterrâneo (de Rates) Dr. Pedro Correia Marques e “El Pueblo galego” de Vigo, onde focalizei, quase em exclusivo, a vocação turística da nossa cidade. Com este mesmo objectivo fui colaborador do quinzenário “Publituris”. Localmente passei, para além do “Ala arriba “,pelo “Comércio da Póvoa “, pelo “Póvoa semanário” e presentemente pelo “Mais semanário”. Pontualmente escrevi para revistas e publicações ligadas ao Turismo e outras actividades diversas, e durante 80 semanas apresentei na Rádio-mar, com 5 minutos cada, as “Charlas turísticas”. Tudo isto me valeu relacionamento com profissionais de alto nível que corresponderam ao que lhes solicitava para a promoção da Póvoa e das suas realizações mais importantes Durante quase 20 anos fiz relatos dos jogos do Varzim no “Ala-Arriba”, “Diário do Norte” e “Diário Popular”. Para este dispunha de linha directa à redacção, a partir do camarote de imprensa no estádio do Varzim. Nunca assumi a designação de “jornalista” que entendo ser uma profissão, que não a minha colaboração na Imprensa, de que nunca usufrui um tostão. Quanto à profissão, tenho de me dividir em duas vidas, primeiro no Município, durante 11 anos, com a contabilidade a cargo, depois na secretaria da Câmara de Vila do Conde, durante 3 anos e 21 no Serviço de Turismo (com mais um de tropa completei 36 anos, o exigido para a aposentação). Mas a minha ligação à actividade turística prosseguiu na Agência de Viagens Rondatur, como sócio-gerente, desde 1985 e até 2012. Agora sim, sou um aposentado de verdade, sem nada para fazer. Mesário da Santa Casa com fim à vista para o final deste ano, deixa-me todo o tempo do Mundo para me dedicar… ao facebook, onde poderão ler alguns textos partilhados. Mas para balanço desta minha actividade começo por afirmar que tenho muito orgulho e enorme prazer de dever cumprido, por ter estado intimamente ligado a acontecimentos de grande relevância para a promoção e desenvolvimento turístico. A presença em congressos, seminários, festivais, jornadas de trabalho, acções promocionais em feiras de turismo, edição de brochuras com qualidade reconhecida, artigos jornalísticos em publicações da especialidade, edições durante 12 anos do Rallies de Portugal, da Sopete, dos Carros Antigos, as duas grandes galas da canção poveira, os jogos sem barreiras, os jogos sem fronteiras (em Antibes, Cote d Azur, França), as festas de S. Pedro, desde 1967 a 1987), os Congressos de Turismo, o da APAVT (Associação Portuguesa de Agentes de Viagens e Turismo) e o 3º Congresso Nacional de Turismo, os Folk-varzinos (5 edições), considerados o maior e melhor festival nacional, os Colóquios da Amizade, os dias da Informação, as recepções a turistas estrangeiros, com provas de vinho do Porto, o Festival de Música, inicialmente da Costa Verde, e outras iniciativas mais de que me dispenso de referir, por exaustivas, limitando-me à memória, sem recorrer a arquivos. Foi para mim motivo de orgulho voltar uma segunda vez a Macau, correspondendo ao convite para apresentar uma comunicação, subordinada ao tema “Desenvolvimento turístico, que limites?”. O que aqui enumero, é suficiente para me deixar feliz e de consciência tranquila, por ter dado o meu melhor, em qualquer das funções que me foram confiadas. Resta-me agradecer à Direcção do “Mais Semanário” toda a consideração que sempre me dispensaram e aos meus escritos(Mosaicos, Angulo Inverso, Arca de Memórias e Actualidades).Episodicamente se algo me sensibilizar para uma colaboração escrita e se a Direcção me aceitar, pode ser que algum dia ainda possa escrever mais qualquer coisinha. Para já e até ver, espero-vos nessa modernice que é o facebook. Aceitem a minha gratidão pelo tempo de leituras que dispensaram aos meus escritos. Até sempre.