A afirmação é de Ricardo Silva, presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, que tem a certeza que os argivaienses querem que a localidade continue a ser reabilitada através de investimentos que para o autarca têm sido “superiores aos mandatos anteriores”.
Com a reforma administrativa a freguesia de Argivai está numa união juntamente com a da cidade e a de Beiriz. Como encara esta situação desde que foi eleito em 2017?
Tenho uma posição muito clara e que sempre defendi ainda antes de ser eleito: continuam a existir três freguesias. Não se trata apenas dum conceito teórico, mas de um compromisso que tem consequências práticas. Por isso tenho no executivo um representante de Beiriz e outro de Argivai, que ficaram com os respetivos pelouros, e o mesmo se reflete na composição dos membros da Assembleia. Tive o cuidado de manter a representatividade política. Também há um cuidado em investir na identidade e cultura das três freguesias: este mandato foi marcado por um forte investimento na divulgação das tradições poveiras como os Jogos Tradicionais e a Camisola Poveira, inclusivamente retomando a celebração do dia de Beiriz a 10 de dezembro e o Dia de Argivai a 26 de março. O investimento, como qualquer Argivaiense pode verificar, foi muito superior aos mandatos anteriores porque a Junta em União passou a ter outra capacidade de assumir obras. De uma coisa tenho certeza, nunca a população da cidade se interessou tanto e se falou tanto de Argivai, nem nunca se ouviu tanto falar de Argivai como berço da Póvoa de Varzim.
Aumentou a sua responsabilidade como político na gestão desta freguesia?
Tenho uma visão muito prática sobre isso. A responsabilidade é a mesma em ter um filho ou três, implica é muito mais trabalho. Tudo se consegue com organização e regra. Nesse aspeto sempre tive a colaboração do meu executivo e da Assembleia de Freguesia que aprovou, quase sempre com o apoio da oposição, todas as iniciativas de se criar regulamentos. Haver regulamentos é fundamental porque significa que há um acordo na forma como se atribui subsídios, como se decide a ação social, como funcionam os serviços. A responsabilidade é repartida por todos. Isso não significa que não há responsabilidade, significa que não se pode fazer tudo o que se quer. Mas com uma população de 34.000 pessoas é difícil não sentirmos o peso nos ombros.
Após quatro anos de gestão de uma união de freguesias, em que entre as três localidades há certamente diferenças entre elas, foi possível juntar os interesses de cada uma delas e em particular na de Argivai?
As freguesias têm história, identidade e património facilmente identificável. As pessoas têm um apego muito grande à sua naturalidade como Poveiros, Beirizenses e Argivaienses. Essas diferenças refletem-se nos sonhos e esperanças da população para a sua terra e na forma como vêm o papel da Junta de freguesia. O Presidente tem de cumprir o programa que apresentou, mas também tem de ouvir as pessoas. Daí termos apoiado financeiramente o restauro da Capela da Senhora do Bom Sucesso, de termos perseguido coisas como a mudança das Placas no acesso a Argivai pela A28, que passaram indicar a freguesia de Argivai, de termos conseguido os passeios na EN206 com o apoio da Câmara Municipal. São pequenas conquistas, mas de enorme importância para as pessoas, que demonstram que soubemos ouvir a população e resolver problemas já com décadas.
Foto arquivo
Entrevista completa na edição em papel de 24 de fevereiro.