Concessionário do Casino da Póvoa com queda de 98% nos lucros do primeiro semestre

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O grupo Estoril-Sol, que detém a concessão dos casinos de Póvoa de Varzim, Estoril e Lisboa registou 200 mil euros de lucros no primeiro semestre deste ano, o que representa uma queda de 98% comparando com o mesmo período do ano passado.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações atingiu os 9,5 milhões de euros, um decréscimo de 50% face ao período homólogo de 2019.

As receitas brutas combinadas de jogo (territorial e online) foram 66,2 milhões de euros no primeiro semestre, uma queda de 40%. Deduzido o imposto especial de jogo, as receitas fixaram-se nos 37,3 milhões, menos 29,9% face ao período homólogo.

“A evolução das receitas de jogo foi significativamente afetada pelos efeitos causados pela pandemia covid-19, tendo esses efeitos originado comportamentos distintos quanto à evolução das receitas de jogo, consoante se trate de jogo de base territorial ou de base online”, escreveu o grupo em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo o Estoril-Sol, o encerramento dos casinos físicos entre 18 de março e 7 de junho foi responsável pela queda de 52% das receitas de jogo físico. No entanto, as medidas de confinamento beneficiaram o comércio e a prestação de serviços online, tendo as receitas de jogo online subido 19%, o que “não foi suficiente” para compensar as perdas no negócio de base territorial, defende.

As demais receitas operacionais também foram afetadas pelas medidas de confinamento e pelo consequente encerramento dos espaços de restauração, eventos e entretenimento, o que se traduziu em perdas de 2,5 milhões, uma queda de 54%.

O grupo investiu 600 mil euros no primeiro semestre deste ano, sobretudo, em “equipamento de segurança informática” para adequar os casinos “à nova realidade de utilização dos espaços por clientes e colaboradores, em concordância com os planos de contingência”. O endividamento bancário atingiu os 4,7 milhões de euros, quando em em 2019 era nulo, impactado pelo encerramento dos casinos físicos durante uma “parte significativa” do primeiro semestre.

O grupo frisou que, por causa da pandemia os casinos registaram uma “acentuadíssima quebra de atividade, que sem a existência de medidas de apoio por parte do Governo, porá seguramente em causa a sobrevivência do negócio”. Assim, o Estoril-Sol alertou para a necessidade de revisão das condições de exploração das concessões atuais, nomeadamente, “no que concerne à existência da contrapartida mínima, cujos valores assentes em projeções de receitas futuras feitas com um mínimo de seriedade atingem uma expressão de tal forma astronómica que nenhuma concessionária estará em condições de as suportar”