Contas da Junta da Póvoa aprovadas em assembleia sem votos contra

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As contas de gerência de 2020 da união das freguesias de Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, foram aprovadas em assembleia geral realizada na noite de segunda-feira, na sessão que decorreu no edifício da junta em Argivai. O documento recolheu os votos favoráveis da maioria PSD e as abstenções da oposição PS, CDS, CDU e BE.

Não houve, por isso, votos contra, um facto que o presidente da Junta, Ricardo Silva, fez questão evidenciar: “Isso mostra o espírito de coesão que tem acompanhado a Assembleia e a Junta ao longo do mandato. O último ano ficou marcado pela pandemia e as pessoas da Assembleia perceberam o papel importantíssimo que a nossa Junta teve com a população mais necessitada”, sustentou o presidente da União.

“Existiu uma relação umbilical com as pessoas, houve proximidade e capacidade de gerar rapidamente soluções, nomeadamente com a entrega de cabazes alimentares, as compras levadas ao domicilio ou a criação do centro covid em Beiriz. Foi uma reação ao que se estava a passar, rápida e estruturada. A ausência de votos contra agora é o reconhecimento desse trabalho”, concluiu.

Oposição diz que há pouco foco na ação social

Isso não quer dizer, contudo, que não tenha havido críticas ao trabalho da maioria. Ilda Cadilhe, do PS, explicou que a Junta deveria ter ido mais longe: “Já o orçamento tínhamos considerado que ficou aquém, sobretudo na ação social. Não se pode ficar à esperar que aconteça algo de negativo como uma pandemia. É preciso estar preparado”.

Outro reparo teve a ver com o valor transferido pelo município à Junta, uma verba “escassa” tendo em conta a dimensão da União. “Tem sido esta a prática do PSD, ou seja, a Câmara é que acaba por ter o grosso da gestão das freguesias. O valor transferido é irrisório [58 mil euros], e isso mostra que a Junta está dependente da autarquia”, disse.

“Tudo o que são equipamentos verdes, públicos e arruamentos deveriam estar sob alçada da Junta. Isso implica a transferência de verbas e recursos humanos, associados à transferência de competências, que tem sido uma defesa nossa ao longo dos anos”.

Francisco Ribeiro, do CDS, foi taxativo na justificação para o sentido de voto: “Temos de nos abster nas contas porque há situações que faríamos de forma diferente”.

O centrista argumentou também que a Junta se tem desligado um pouco da cidade: “Eu não era a favor desta União. As freguesias de Beiriz e Argivai beneficiaram, mas a Póvoa praticamente não existe enquanto Junta. Isso entristece-me um pouco. As últimas sessões têm sido sempre em Argivai e as intervenções são mais sobre os assuntos da terra. Perdeu-se muito a parte da cidade com esta União. Politicamente é capaz de fazer jeito mas a voz do povo deixa praticamente de ser ouvida no que diz respeito à cidade, que é quem aguenta este alicerce”.

Do lado da CDU, Mário Mateus disse que se absteve porque quer ver mais foco na ação social, que é um “ponto fundamental, na medida em que, por causa da pandemia, cada vez as pessoas têm mais dificuldades. É necessário fazer mais para resolver os problemas imediatos e nós vamos continuar a bater nessa tecla até que o executivo tenha consciência de que essa tem de ser a prioridade”.

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