Dezenas de pescadores, alguns deles oriundos da Póvoa de Varzim, concentraram-se na madrugada desta sexta-feira na lota de Matosinhos para tentar impedir a venda e compra de pescado. Não há, porém, registo de qualquer distúrbio.
Os pescadores juntaram-se pelas 03h para “tentar impedir a venda e a compra de pescado porque estão em greve e não queriam que outras embarcações ou mesmo o peixe que também vem por via terrestre fosse comercializado na lota”, disse à Lusa o comandante da Capitação do Porto de Leixões, Santos Amaral.
“A verdade é que não houve venda de peixe esta noite e as pessoas mantiveram-se ali ordeiramente, pacatamente, não houve distúrbios, confusão, estavam todos com máscaras, em grupos de três quatro pessoas”. Os pescadores “queriam impedir, mas não impediram nada, porque não houve venda de peixe, já não ia haver hoje, com ou sem a presença deles não ia haver venda de peixe”, cita a Lusa. A decisão de cancelar a compra e venda de pescado hoje de madrugada já tinha sido tomada antecipadamente para “evitar problemas”, na medida em que havia suspeita de que os pescadores pudessem tentar impedir a comercialização.
Os pescadores da faixa litoral norte de Viana do Castelo à Figueira da Foz estão parados desde quarta-feira em protesto contra a “excessiva fiscalização” que dizem estar a ser alvo. Este protesto envolve a Apropesca, a Associação de Armadores de Pesca do Norte, a Cooperativa Viana Pesca e a Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar.
Para esta sexta está agendada uma reunião em Lisboa entre elementos da Direção-Geral dos Recurso Naturais, da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, da Autoridade das Condições de Trabalho, além de representantes associativos e sindicais do setor da pesca e também da Secretaria de Estado das Pescas.
Na quarta-feira, a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, admitu que o setor “tem características especiais que devem ser analisadas com situações de exceção”, e disse acreditar que a situação “será resolvida”.