O funeral de Carlos da Costa Ferreira conhecido pelo ‘Bruxo’ terá lugar segunda-feira, dia 28 de junho, pelas 15h30, na igreja das Dores. No final da cerimónia, o corpo segue para jazigo da família no cemitério nº 1 da Póvoa de Varzim. O corpo chega horas antes à igreja pelas 11h.
Carlos da Costa Ferreira ‘Bruxo’ era uma das pessoas mais populares e conhecidas na cidade poveira. “É impossível relembrar os cinemas da Póvoa sem que venha à memória a figura do ‘Bruxo’ e as suas famosas frases”, no sábado, os administradores da página do Póvoa Ontem e Hoje no Facebook.
Na mesma página, Daniel de Sousa Moreira escreveu que “não será exagero afirmar que quase todas as pessoas da Póvoa o conheciam. Com feitio afável, sempre bem disposto, percorria toda a Póvoa à procura de papel e papelão, para ganhar uns “cobres” com a sua venda no ferro velho. Noutros tempos eram os metais, mas segundo ele dizia, “agora a coisa estava preta”, já não havia metais. Dizia-lhe, brincando com ele: ” Carlos, foste o primeiro reciclador de papel da Póvoa “. Quando chovia, era uma maravilha, o papelão com a água ficava mais pesado.
Lembro os velhos tempos do Póvoa Cine e do Garrett, que quando passavam os bons filmes e havia previsão de esgotarem os bilhetes, ele adquiria bastantes, com o intuito de os revender e assim ganhar algum dinheiro.
Muitas histórias se contam acerca do Carlos. Conheço-o desde os 6 anos, pois era meu vizinho em Azurara. Frequentou a mesma escola primária que eu, embora em classes diferentes, pois ele era ligeiramente mais novo do que eu. Lembro-me dos chocolates que ele me oferecia, pois, o pai trabalhava na Fábrica de Chocolates Imperial, e ofereciam-lhe os chocolates partidos. Nada invejoso, antes pelo contrário, repartia com os amigos, os poucos chocolates que lhe cabiam. Claro que na época chocolates eram uma iguaria, pouco ao alcance de todos.
O Carlos era sem dúvida uma figura típica da Póvoa, e não tenho dúvidas ao afirmar que a Póvoa, com o seu falecimento, ficou mais pobre. Não importa se é rico ou pobre, nem tão pouco interessam as suas raízes. Era uma pessoa boa, prestável e simpática, que vai ficar no imaginário de todos aqueles, que como eu, tiveram o prazer de o conhecer”.
À família de Carlos Ferreira, o MAIS/Semanário expressa as sentidas condolências.
Foto Mário Cunha