O Grupo de eleitos do PS explicou esta sexta-feira que do caso que envolveu no início da semana a presidente da Assembleia Municipal, Ana Luísa Beirão, eleita pelo Partido Socialista, foi “obrigado a tornar público que deixaram de existir condições futuras para a sua continuidade de funções, pelo que não pode manter a sua confiança para o exercício do seu mandato de Presidente da Mesa da Assembleia Municipal”.
No comunicado enviado às redações, o Grupo de deputados socialistas sublinha que a tomada de posição se deve também ao facto da atual presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Vila do Conde não ter tido “qualquer abertura para um pedido de desculpas ou uma qualquer manifestação pública”.
Diz a nota dos socialistas que o Grupo dos eleitos do PS na Assembleia Municipal ouviu a versão da presidente da Mesa sobre a frase publicamente conhecida, demarcando-se o grupo de “tal semântica, em coerência com o passado, onde momentos e atitudes foram tidos por outros Deputados e membros participantes na Assembleia Municipal, e que mereceram a desaprovação dos deputados eleitos em nome do Partido Socialista”.
E acrescenta: “O Grupo Municipal do PS não troca princípios por lugares, pois entende que os seus eleitos o foram para defesa de valores éticos e políticos que estão acima de desígnios pessoais”, agradecendo o trabalho de Ana Luísa Beirão.
Recorde-se que a polémica começou na última sessão da assembleia, na passada segunda-feira, quando Sérgio Gomes, deputado do Chega, e após a sua intervenção e ao dirigir-se para o seu lugar, a presidente da Mesa disse à sua secretária, em tom baixo, “ai que vontade de lhe partir o focinho”. O microfone estava ligado e ficou gravado na sessão que estava a ser transmitida online.
O Chega em comunicado pediu a demissão da autarca, enquanto o movimento independente NAU referiu estar “incrédulo” e exigiu explicações. Por sua vez o PSD disse ter sido uma “atitude inaceitável, incompatível com os mais elementares princípios de respeito, decoro e responsabilidade” e que o presidente da Câmara e líder do PS de Vila do Conde, Vítor Costa, nada tenha dito sobre o caso.
Ao JN, o edil Vítor Costa adiantou que “não posso, nem devo imiscuir-me num assunto que diz respeito à assembleia municipal”, e sublinhou que a separação de poderes é “sagrada”. Ao jornal portuense, o presidente da Câmara disse estar “solidário” com a decisão do grupo municipal. Foto CMVC.