Indaqua lamenta “comparações simplistas” das tarifas da água entre municípios

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A Indaqua, que detém a concessão das redes de água e saneamento em Vila do Conde, emitiu esta semana um comunicado acerca das tarifas praticadas no concelho. Para a empresa, “a simplista comparação tarifária entre municípios só contribui para a desinformação”, por não ter em conta nem as condicionantes demográficas e territoriais nem as decisões de nível político que os distinguem. Lembram, por exemplo, que a fatura da água mais baixa no grande Porto pertence à Indaqua Matosinhos.

Há várias razões para isso, sendo que uma delas é o facto da Indaqua Vila do Conde ser “obrigada a pagar o tratamento das águas residuais à Águas do Norte, enquanto a Indaqua Matosinhos (a concessão mais barata do distrito) assegura esse tratamento por meios próprios e por um custo 75% inferior”.

Tudo isto vem a propósito das declarações de Vítor Costa, líder do PS local e candidato à autarquia, prometendo que, se fosse eleito, uma das suas prioridades será resgatar as redes para a esfera municipal. Criticou, também, o facto de alguns investimentos estarem de fora do contrato em vigor, obrigando o município a recorrer a fundos próprios.

Neste comunicado, a Indaqua garante que cumpre “escrupulosamente” todas as suas obrigações contratuais incluindo as relativas ao plano de investimentos, tendo já investido mais de 55 milhões de euros na extensão de 214 km de redes de água e 176 km de saneamento.

Vincam também que a Câmara Municipal “não foi onerada, em momento algum” por investimentos cuja responsabilidade fosse da Indaqua Vila do Conde.  A decisão de 2006 de transferir a responsabilidade do tratamento de águas residuais para a Águas do Norte impôs custos adicionais muito superiores à redução do investimento, num saldo total para o período da concessão de 148 milhões de euros.

De resto, o investimento no sistema em alta de recolha e tratamento de águas residuais, da responsabilidade da Águas do Norte, “teve atrasos que atingiram vários anos ou não foi sequer ainda realizado”, como é o caso do investimento previsto para as freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada.

Líder do PS promete combater “injustiça” do preço pago pelos vila-condenses

Vítor Costa, presidente a comissão política concelhia do PS Vila do Conde, também lançou uma nota à imprensa esta semana sobre o tema.

“Queremos ter a água mais barata como a conseguem ter os munícipes da Póvoa de Varzim e de Matosinhos. Todos sabemos que em Vila do Conde a fatura da água é das mais elevadas de todos os concelhos do país”, começa por criticar, garantindo que, a ser eleito presidente da Câmara, irá tomar medidas:

“Vou combater com todos as minhas forças para que se ponha fim a esta grande injustiça. A distribuição da água foi concessionada há alguns anos. Estou muito à vontade porque eu próprio era, então, vereador e votei solidariamente a favor da concessão, convencido de que, na altura, seria o melhor para os vila-condenses. Mas as circunstâncias foram-se alterando, nomeadamente: no que diz respeito à brutal diminuição do investimento inicial da empresa concessionária; na assunção de encargos que, inicialmente eram da responsabilidade da concessionária, de que o caso mais gritante é a construção, pela Câmara, das mini-etars na União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro e Parada; na diminuição drástica da renda anual da concessão”.

O dirigente socialista critica igualmente o PSD de Vila do Conde: “Infelizmente, mais uma vez, desacredita-se a si próprio e de algum modo descredibiliza a política e a democracia. No dia 19 de dezembro de 2020, o candidato a presidente da Câmara do PSD, disse no facebook que iria apresentar a proposta de resgate da concessão do serviço de abastecimento da água entregue à Indaqua”.

Mas, continua Vítor Costa, no dia 27 de janeiro, publicou na íntegra o comunicado da empresa privada concessionária, antecedida do seguinte comentário: «A incoerência e o populismo fácil do líder do PS de Vila do Conde já começa a ter consequências».