JOSÉ ANDRADE
O nome do Senhor Edmundo António Ribeiro Marques de Campos, assim, por extenso e completo, por certo que pouco dirá aos leitores do Mais Semanário, aos poveiros, e sobretudo aos vilacondenses. Mas se o dissermos mais abreviado, Edmundo Marques, certamente que dirão, é um dos meus companheiros de escrita, nos escritos, que sobre as duas cidades, e também sobre o nosso país, discorremos. Intervenções, onde a Ética, Valores, e Princípios como a Honestidade, Rigor e Competência, que devem ser sempre postos em primeiro lugar, quando se lidam com verbas e interesses públicos, são coisas que só alguns, muito poucos, ousam seguir e respeitar. Esta é uma forma de Ser e de Estar, uma maneira de respeitar para ser respeitado, que hà uns largos anos que ambos, com regularidade seguimos, defendemos e partilhamos na nossa intervenção pública nas tertúlias, ou nos meios de comunicação social.
A gestão da coisa pública, não é um favor que alguém faz. Ninguém é obrigado a ser homem público, a candidatar-se a lugares públicos. Como o dever cívico, é para ser exercido com transparência, com sentido de servir os que o elegeram, os seus concidadãos. Foi isso, tudo isso, e muito mais, que Guimarães no seu dia da cidade a actual gestão municipal quis este ano homenagear, distinguindo um dos seus mais ilustres homens públicos, autarca por excelência, o seu filho dilecto, Edmundo Marques de Campos.
O meu distinto e caro Amigo Edmundo Marques, foi autarca, e um cidadão exemplar. Presidiu a uma Comissão Administrativa na Câmara Municipal de Guimarães, onde foi o primeiro autarca eleito pós-25 de Abril, de 1977/1979, e um dos cinco primeiros a representar os Autarcas Portugueses junto do Conselho da Europa. Um daqueles autarcas que deixou uma marca profunda na cidade berço de Portugal. E Guimarães, só agora se lembrou de o homenagear. Honrou-o e honrou-se como cidade, atribuindo-lhe a Medalha de Honra do Município. Ele que já tinha distinguido pela Presidência da República, com uma das honrosas Comendas por Serviço Público.
Guimarães, ainda hoje, passados que estão cerca de quarenta anos, continua a implementar ideias de soluções que foram por si traçadas e, qual visionário, apontadas. Foi dele a ideia e o processo inicial de reabilitação da cidade, contratando os primeiros técnicos colocados na autarquia, visando realizar os estudos que levaram à reabilitação urbanística hoje unanimemente elogiada. Como militante Socialista, dirigente local, distrital e nacional, foi um dos primeiros inscritos em 1974, não admirando que tenha abraçado a habitação social como uma das suas bandeiras, construindo, estabelecendo programas de novas habitações, fomentando. Decidiu e empenhou-se na construção de várias estradas relevantes na estruturação viária do município, criando vias de inquestionável ligação e desenvolvimento. Elevou a Cultura, chamando a Guimarães quem o podia ajudar, gente que só o elogia e o enobrece, e que tem na obra actual o seu legado, e no património adquirido e recuperado, uma marca inapagável. Foi por sua teimosia e persistência que o Polo Universitário da Universidade do Minho, tem hoje em Guimarães o valor cientifico e o peso no ensino que todos conhecem e reconhecem.
Homem simples, de discrição e intervenção, Edmundo Marques, que passou a partir da década de 80 passou a viver junto a Vila do Conde, é um valor humano de saber e exemplo que me honra com a sua consideração e amizade… e a cuja homenagem aqui me junto, muito me honra, e quero registar.