Entre a Liberdade de Informar… e a libertinagem de comunicar!…

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JOSÉ ANDRADE

Esta coisa de ‘fazer jornais’, de ‘escrever nos jornais’, escritos, falados, em imagem, tem muito que se diga. Que o digam os directores responsáveis dos ditos cujos, ou não fosse a Comunicação Social tida como um poder diferente de uns tantos outros poderes consentidos como tal, nos regimes democráticos.
E porque razão é a Comunicação Social encarada, entendida, compreendida, diferente dos outros ‘poderes’?

É diferente, porque é através da Comunicação Social, responsável, séria, que se perdem e ganham apoiantes para as causas, as batalhas, as mudanças político/sociais. E porque a sua força é diferente, constante é a tentação, os actos e os factos, emanados dos outros poderes, o político, o legislativo, o judicial, procurando cala-la. Confundindo Comunicação Social com libertinagem comunicacional, é nos jornais locais que a diferença é distinta, confusa, e a perseguição mais sentida.

O Poder Local, pelo muito que tem de feudal, não gosta de ‘liberdades’ que não controla. Cria e tem os seus veículos de ‘Propaganda e Informação’, os seus ‘boateiros’, uma forma simples de distorcer e denegrir os factos, liquidar opositores, enganar os crentes, por isso pode lá consentir que existam outras fontes de noticias! E a escrita, como a palavra, são uma arma. Se juntar-mos à escrita, a palavra e a imagem, a arma de ganha um poder enorme. Uma arma capaz de abalar consciências improváveis, mesmo quando o nível de analfabetismo e da iliteracia é mantido e alimentado com carinho em números assustadoramente altos.

São incontáveis, ao longo dos tempos, os registos das figuras e dos percursos de anteriores arautos da Liberdade de Informação, de Expressão, uma vez instalados na cadeira à mesa do Orçamento, do Estado, de uma câmara, de uma Freguesia ou de uma paróquia, com mais ou menos subtileza, em nome da equidade, da responsabilidade, e de outras intragáveis (dades), cujos primeiros e mais reluzentes actos que produziram, foram leis, regras e ordenações, caucionando o que bem dizia Frei Tomás. – ‘olha para o que eu digo… não lhes o que eu faço’.

Uma Comunicação Social Livre é um perigo, ou como dizia alguém, democrata claro, um caso de terrorismo, estado que qualquer político, ou correlectivo, que se preze, só muito excepcionalmente pode deixar que perturbe o permanente ‘pão e circo’ com que se entretém o indígena votante, apoiante.

Tendencialmente, o poder é venal, corrompe, e convive mal com a Liberdade de Informação, de Expressão. Daí a necessidade de como as fraldas das crianças, a mudança é uma salutar medida de higiene. A Informação Livre, é o despertador do cheiro que alerta para a mudança. Coisa diferente é a Informação, Agitação e Propaganda, das agências de imagem. Que o digam, se para isso lhes restar um pouco de coragem, aqueles que em nome da equidade, igualdade, da oportunidade, querem mudar a lei que regulamenta a cobertura pela comunicação social nas campanhas eleitorais, os nossos queridos deputados.

Está ‘velha’ dizem! Tão velha, quanto muitos dos que ainda ocupam lugares arregimentados em campanhas eleitorais que lhes permitiram tão longa e idosa carreira à mesa do Orçamento. A confusão entre Informação versus Propaganda, aliada à inquietude instalada, é má conselheira.

O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico.