JOSÉ ANDRADE
Já não é a primeira, e necessariamente também não será esta a última, que o torneio de futebol criado pela Junta de Freguesia da Póvoa, fica envolvido em questiúnculas que nada interessam, e em nada engrandece quem nelas se envolve. Como exemplo, é discussão reprovável e sem sentido. É preciso não esquecer a quem é dedicado o convívio/torneio. E isso parece que nunca passa pela cabecinha dos promotores das discórdias político/partidárias, públicas. Os meninos e as meninas que esperam com ansiedade por este tempo de competição, merecem mais respeito e cuidado. A tontaria dos adultos não tem de ser “herança transmissível”.
Mas este Torneio Ovo da Páscoa, tem uma conturbada história que faz parte da sua génese.
Iniciativa levada a cabo pela Junta de Freguesia da cidade, desde que Daniel Bernardo, então com as cores partidárias do CDS, foi como presidente, eleito, o ‘Torneio Ovo de Páscoa’, por razões que a Razão a maioria das vezes tem dificuldade em entender, ciclicamente é o alvo e o foco de quezílias multipartidárias, rompimentos políticos, fim de relações pessoais. Sendo uma boa ideia política, Daniel Bernardo viu-se alvo de invejas pessoais, partidárias e políticas. As pressões logísticas serviram, em tempos idos, muitas vezes para o poder camarário camuflar a asfixia financeira que podia ditar a morte do evento, para qual contribuía, mas que tinha a marca da Junta de Freguesia e de Daniel Bernardo. Foi assim que, a paternidade do Torneio, gerado no seio da Junta de Freguesia da cidade, por via dos engulhos que causava nas cabeças loucas da Praça do Almada, acabou como ‘filho da mãe’ camarária, com direito a constar na herança da rubrica de mais um dos ‘eventos camarários’. Perdeu Daniel Bernardo um ponto, ganharam os ‘cabeças loucas’, um empate como encargo.
Mas nunca as polémicas e enredos do Torneio Ovo da Páscoa tiveram tanta repercussão pública e confusão política como a que este ano de 2015, Ano da Cabra, no calendário chinês, está a ter. A forma, algo desproporcionada e grosseira, como o CDS/PP da Póvoa, tratou o assunto publicamente, com alguma razão, deixou claro que não se sentia confortável com o tratamento político que estava receber o seu acordo para integrar o executivo da Junta de Freguesia. O preço político autárquico a pagar por uns tantos lugares à mesa do orçamento da paróquia, podia ser um ‘ovo choco’ mas pretensões futuras.
O rompimento foi agora, já podia ter sido, seria com certeza no futuro breve. Ditavam-no a eleição de uma direcção político/partidária, que quer um rompimento com o passado, e que não esquece que existe um contencioso partidário que o CDS/PP da Póvoa mantém com Daniel Bernardo, trauma que só por hecatombe irá ultrapassar. Por outro lado, o PPD/PSD da Póvoa, que tem servido de ‘barriga de aluguer’ para Daniel Bernardo, na sendo de uma marca que lhe é muito própria, o use e deite fora, já deixou claro que não é dali que virá o apoio político na contenda. Se o Partido Socialista da Póvoa, com mais ou menos empenho, foi, durante os primeiros anos da realização do Torneio, um aliado e bom companheiro, hoje, com a prática política da navegação à vista, pode ser tentado a ajudar a empurrar o caso para o abismo. Com ‘ovos’ assim, o que resta a Daniel Bernardo?
Resta a capacidade de saber gerar compromissos com os dois ‘velhos companheiros’ que geriram as Juntas de Argivai e Beiriz. Foi com eles que compartilhou a responsabilidade na gestão do Agrupamento de Freguesias, e com os fiéis que sempre o acompanharam. E claro, com a última palavra a poder ser a do amigo Aires Pereira.