Cerca de 100 armadores decidiram iniciar um protesto a partir da próxima quarta-feira com a paragem da pesca, devido às constantes fiscalizações. A tomada de posição foi após uma reunião de duas horas que decorreu na manhã desta sexta-feira no porto da Póvoa de Varzim.
Segundo o JN, os armadores, De Viana até à Figueira da Foz e que empregam mais de 1500 pescadores, dizem que “só queremos que nos deixem trabalhar”. Os pescadores queixam-se que “estão a ser perseguidos por parte da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR e dizem que estão a ser multados por “lacunas” do governo.
Entre outras situações, os pescadores garantem que estão a ser solicitados “planos de férias e mapas de horários”.
Carlos Cruz, presidente da Apropesca, com sede no porto da Póvoa, “tem sido isto todos os dias”, e adianta que “há barcos a serem fiscalizados duas e três vezes na mesma semana para ver os mesmos documentos. Pegam por causa dos indonésios, pelos horários, por que não podem vir de botas e oleado do mar. O trabalho no mar não é igual ao de terra e há coisas que sabem que estão a ser resolvidas com a DGRM (Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos)”, continua.
O dirigente assegura que problema teve início há três semanas, com a chegada de novas equipas à UCC, sob a alçada do comando de Matosinhos, mas com a Polícia Marítima não temos problemas”.
Por sua vez, Manuel Marques, da Associação de Armadores Pesca do Norte, explica que a estes casos há também o Diário de Pesca Eletrónico, em que os pescadores “têm de adivinhar, ainda antes de chegar a terra quantos quilos de peixe pescaram, e só têm uma margem de erro de 10%”.