A Camisola Poveira teve um início de ano atribulado, com a polémica de apropriação pela estilista norte-americana. No entanto, depois do episódio, a peça tradicional da Póvoa de Varzim ganhou nova vida, e agora até tem um dia dedicado à peça de vestuário. Na quarta-feira, 8 de dezembro, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim convidou a população a vestir a Camisola e a “celebrar as nossas tradições locais”.
Foi um dia de ‘poveirismo’. Ao longo do dia, foram organizadas várias atividades “com o objetivo de dignificar o nosso património imaterial local, honrar as nossas tradições e elevar o artesanato poveiro” e, nos próximos anos, será repetido, ficando o 8 de dezembro marcado como o Dia da Camisola Poveira.
Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal, referiu que este é “um dia pelo qual andamos há 150 anos a trabalhar”, um dia para assinalar a peça com a qual “muita gente morreu”.
Para viabilizar a certificação da Camisola Poveira, processo iniciado já há cerca de um ano, foi assinado um protocolo entre o Município da Póvoa de Varzim e o Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE).
Segundo Luís Rocha, diretor do CEARTE, o caderno de especificações apresentado pelo Município para a certificação da Camisola, que está “muito bem feito e é um exemplo”, foi aprovado na terça-feira, faltando agora “questões burocráticas que levam algum tempo” para o registo da marca no INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial].
Dada a imensa procura pela Camisola Poveira, Aires Pereira admitiu que “estamos com dificuldades em satisfazer a demanda que temos”. Existem, no Marketplace, mais de 130 pedidos ainda não respondidos, disse.
Por isso, esta parceria com o CEARTE é “muito importante para o futuro. Esta aprovação para o reconhecimento da nossa marca é fundamental para preservarmos o nosso património”.
Reportagem completa na edição em papel do MAIS/Semanário de 9 de dezembro
