Os produtores de alimentos hortícolas no norte garantem que continuam a operar sem limitações, assegurando o abastecimento para as necessidades do mercado e dos consumidores, apesar das contingências provocadas pela Covid-19
“Os produtos [hortícolas] estão assegurados. Estão na terra, prontos para serem colhidos e, por enquanto, com pessoas suficientes para trabalhar. Neste setor, o país é autossuficiente e os consumidores podem estar descansados”, afirmou Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação dos Horticultores da Póvoa de Varzim.
O dirigente, que lidera um organismo com um volume de negócios a rondar os 100 milhões de euros, que engloba mais de 600 associados, e que assegura a produção hortícola para todo o país, mas também para exportação, garantiu que a principal preocupação se centra na saúde dos agricultores. “Temos recomendado a todos associados que cumpram as regras da Direção Geral de Saúde, lembrando que é importante que se mantenham saudáveis para trabalharem numa altura em que Portugal precisa de todos. Pedimos que se resguardem do contacto social e que quando estão nas explorações a trabalhar mantenham as distâncias”, partilhou Manuel Silva.
Quebra no fornecimento
O líder da Horpozim reconheceu que houve uma quebra no fornecimento para mercados e feiras, que entretanto estão a ser encerrados ou limitados, mas, por outro lado, assegurou que os negócios se mantiveram estáveis com “a crescente procura dos operadores de mercado que trabalham com as grandes superfícies e até do pequeno comércio local, que têm feito mais encomendas”. “O nosso maior receio é com os produtos que exportamos para Espanha, nomeadamente para a Galiza, que corresponde a 30 % do nosso volume de vendas, e que com os constrangimentos de circulação poderão vir a ser afetados”, acrescentou o dirigente.
Apesar de ter indicações que “o vírus não se transmite através dos alimentos, e que sobrevive pouco tempo em superfícies”, o presidente da Horpozim pediu às várias explorações agrícolas que “redobrem os cuidados de higiene”. “A segurança alimentar está sempre no topo das nossas prioridades, mas pedimos que, nesta fase, tenham ainda mais atenção com a higiene nos produtos e das pessoas, percebendo que se sentirem sintomas que se devem afastar das explorações”, vincou.
Por enquanto, Manuel Silva garantiu que não tem havido falta de mão de obra, partilhando que mesmo no caso dos agricultores com filhos que não vão à escola pelo encerramento dos estabelecimentos “estes têm acompanhado os pais nos campos”. Quanto a produtos e objetos necessários para a atividade das explorações agrícolas, como fatores de produção, adubos, plantas ou produtos fitossanitários, o líder desta associação de horticultores nortenha garante que “não tem havido quebra nas cadeias de fornecimento”.