Rui Rio após a vitória nas Diretas terá um grande, eu diria um monstruoso desafio para levar o PSD ao lugar que já ocupou. Aliás, o seu vencimento foi importante para o Partido extremamente controverso, sem identidade, sem rumo, “minado”, que quase bateu no abismo, porque poderá reverter a sua má imagem que se vinha acentuando, terminando num estado lastimoso com Passos Coelho, muito ligado ao período duma profunda crise e de empobrecimento a que o País e os Portugueses foram submetidos.
Rui Rio ganhou a Presidência do PSD, mas ainda não ganhou a sua Liderança. Terá que semear o seu futuro no Congresso deste fim de semana. Se assim não acontecer, poderá ser o princípio do seu fim … O Conclave depois das eleições diretas, em circunstâncias normais, seria pouco mais do que ouvir o discurso de abertura e de encerramento do Presidente, de ouvir e ajuizar as Moções, de ouvir alguns “pensadores” do Partido e do País, alguns críticos construtivos, outros que criticam por criticar, outros com engraçadas, mas demagógicas e despropositadas intervenções. Também a eventual revisão dos estatutos que constam da Ordem de Trabalhos e realização da eleição dos Órgãos do Partido. Penso que todo esse “quadro” acontecerá, mas será muito mais … e o CERNE encontra-se aqui.
Ora, Rui Rio terá muito que se preparar e organizar, já que é minha convicção que irá encontrar uma forte e bem estruturada oposição – muito mais do que uma simples turbulência – , com especialistas em congressos. É indubitavelmente um político de há muitos anos, muito competente, credível, trabalhador, integro, determinado, rigoroso, de causas sérias, mas que tem estado alheado do aparelho partidário e longe da “engrenagem” dos politiqueiros e dos fortes interesses que representam. Saberá que no Centro de Congressos de Lisboa terá amigos, falsos amigos, adversários, opositores, rivais a instilar maquiavélicos discursos … já a preparar uma nova liderança para 2019! Os seus problemas irão começar agora !…
Rui Rio ao montar o congresso na sua cabeça, não se poderá esquecer do que lá vai encontrar. Penso que a oposição bem localizada e visível fará uma “marcação” à zona e aos congressistas/oradores mais carismáticos e influentes.
A “Mesa do Congresso” terá uma importância fulcral para o desenrolar do Congresso, em que que o Presidente deverá explanar e clarificar a sua linha programática.
Rui Rio que quer a melhorar, relançar e reganhar a confiança do PSD junto dos Portugueses, deverá avançar para uma “limpeza” nos Órgãos, para os que ficarem, serem muito mais dignificados. Naturalmente que a escolha para a renovação dos vários órgãos deverá recair em personalidades altamente qualificadas, de reconhecida competência e credibilidade pessoal e política. Penso que Aguiar Branco que andou sempre com Rui Rio nas lutas internas do PSD – dois em um – ajudará o velho companheiro e amigo/cúmplice, com um lugar relevante.
Nas eleições dos Órgãos pelo método de Hondt, também haverá listas de congressistas que não constam da oficial, em que o resultado poderá ser importante para a correlação de forças, principalmente na do Conselho Nacional.
Portugal e os Portugueses necessitam duma Liderança ousada e forte do PSD.
Mário Bettencourt Sardinha