Seguiam chineses da Varziela para os assaltar pois sabiam que “dificilmente seriam denunciados”

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Começou esta semana o julgamento de cinco arguidos acusados de assaltos a carrinhas de transporte de valores e a cidadãos chineses. Um julgamento que decorre sob grandes medidas de segurança, um vez que os arguidos, que se remeteram ao silêncio no primeiro dia, são considerados perigosos.

Em causa estão quatro assaltos a comerciantes da comunidade chinesa instalada na zona industrial de Varziela, em Vila do Conde, além de seis assaltos a carrinhas de transporte de valores registados na região norte.

No que se refere aos chineses, a acusação diz que os arguidos perceberam que os comerciantes da Varziela se deslocavam, com regularidade, a instituições bancárias de cidades limítrofes (Braga ou Porto), levando com eles elevadas quantias em dinheiro que ali depositavam.

“Também perceberam os arguidos que essa comunidade é extremamente fechada e algum desse dinheiro não teria proveniência declarada, razão pela qual esses cidadãos dificilmente denunciariam às autoridades os assaltos de que fossem vítimas ou depois não tinham interesse no prosseguimento dos processos criminais”, relatou o Ministério Público.

Os arguidos estudavam as movimentações dos seus alvos de nacionalidade chinesa, tirando apontamentos sobre matrículas e outras anotações e seguindo-os por vezes até às instituições bancárias que frequentavam.

Uma forma de atuar confirmada em tribunal por um inspetor da Polícia Judiciária, a primeira testemunha a ser ouvida.

Os arguidos usavam armas e deslocavam-se em viaturas furtadas, que depois abandonavam ou incendiavam.