Vítor Paneira, treinador do Varzim, vai aproveitar o jogo de sábado (20), frente ao Atlético, para lançar novos jogadores oriundos da equipa B. A garantia foi dada na conferência de antevisão à partida, na qual o técnico afirmou que é necessário dar oportunidades aos jovens “que podem ter potencial para o futuro do Varzim”.
Na mesma ocasião, Paneira declarou confiar “a 1000%” no trabalho da Comissão Administrativa, na figura do líder Rodrigo Moça. Disse ainda achar que “o Varzim vai crescer muito nos próximos tempos” e que é um clube que “não tem de estar na Liga 3”. “Às vezes mete um bocado de confusão, como é que isto ainda não partiu para outros voos. Mas eu acredito que vai partir”, frisou.
O Varzim joga em casa frente ao Atlético às 19 horas de amanhã. O jogo, da jornada 10 da 2ª fase da Liga 3, tem transmissão no Canal 11. Leia as declarações de Vítor Paneira:
Vítor, como é que está no momento, depois de, basicamente, o Varzim se ter despedido da possibilidade de ainda lutar pela subida. Como é que têm sido estes dias? Como encaram este jogo? Dentro do possível, o ambiente está porreiro. Os jogadores, nota-se que eles trabalham bem, nada a dizer, continuam a trabalhar, a dignificar todo o dia, em todos os treinos. Não há nada a apontar a ninguém. Têm sido altíssimos profissionais connosco e com o Varzim, o que é importante nestas alturas, quando os objetivos acabam por se perderem e ficarem, de alguma forma, algum relaxamento e deixar de ser tão aplicados, mas não, é ao contrário. Continuam focados, focados no jogo. Temos uma imagem para trabalhar, defendemos as cores de um grande emblema do futebol português. Nós sabemos que temos responsabilidades todos os dias, a toda a hora.
Portanto, é preparar-nos bem para o jogo com o Atlético. Queremos fazer pontos, é isso que nós andamos à procura, e acho que estamos num ciclo muito bom. A equipa está muito forte, está a jogar bem, está com qualidade, falta-nos o fator sorte, outros problemas que nós chegamos a ver depois dos jogos e a gente vai ver os vídeos e vai ver o jogo e ficamos com alguma revolta, porque sentimos que de alguma forma também fomos impedidos de poder ir mais além. Mas é este sentimento que nós temos, de dignificar o emblema, dignificar as pessoas que nos acompanham em todos os jogos, e vimos em Fão, no último jogo, que ficaram mais de 100 e tal pessoas cá fora porque queriam ver o jogo, queriam estar com a equipa, porque faz parte.
Mesmo nos momentos mais difíceis, os adeptos não nos abandonam, e nós temos de trabalhar por eles. Temos de jogar por eles e vamos trabalhar até ao final, até o último dia, nós vamos dar tudo para conseguir pontos e dignificar este clube. Conseguir a melhor posição possível, naturalmente. É verdade que se nós quisermos olhar um bocadinho para estes últimos tempos, em termos desportivos ainda trouxemos alguma segurança à equipa e ao clube, e era importante também, desportivamente, o clube assentar também com alguma confiança, com alguma tranquilidade, mas queríamos ir muito mais ao longe. Olhamos nesta altura e sentimos que poderíamos, dava para nós. Eu tenho de assumir, eu achava que dava para nós. Se a gente for analisar esta segunda fase, eu achava, e continuo a achar que dava para nós, para irmos lá, para ficar entre os dois primeiros.
Vamos lutar até ao fim, vamos tentar conseguir a melhor posição possível. Faltam 15 pontos, as coisas estão muito difíceis, naturalmente. Mesmo a matemática sendo toda a nosso favor, mesmo assim há confrontos diretos e as coisas podem não acontecer, mas vamos até ao fim, vamos lutar até ao fim. Isso é dignificar o clube. Correr, trabalhar, lutar, dignificar.
O jogo da manhã e os próximos jogos poderão servir para outros jogadores que têm tido menos minutos possam jogar mais tempo e prepará-los para a próxima época? Eu vou meter sempre a melhor equipa, aquela que eu acho que é a melhor equipa. Já fomos lançando alguns jogadores. A última nossa aposta foi o Ruben, que é um miúdo que nós achamos que tem qualidade, já achávamos desde os tempos em que foi trabalhando connosco algumas vezes durante o campeonato, sentimos sempre que o miúdo tem uma margem enormíssima para progredir. Temos o Miguel Vila Cova, que é um jogador ainda com 17 anos e quase posso garantir que vai ter a sua oportunidade também ainda esta época, porque achamos que é um jogador para ver a jogar, a competir a este nível, e dar confiança para ele crescer.
De resto, temos lançado jogadores na equipa B. Amanhã vamos jogar com dois da equipa B, portanto não temos nenhum problema em assumir já. Porque acreditamos que haja muita qualidade e jogadores que podem evoluir, podem crescer e nós temos de os ver, com o clube tem de os ver. O que vem a seguir destes últimos cinco jogos, depois as decisões serão tomadas por quem ficará responsável por essa área, mas a verdade é que nós vamos acreditar nestes jovens, que têm talento, trabalham bem. O grupo foi excelente, mas há aqui também, a partir deste momento, também meter sempre a melhor equipa, mas ver também estes jovens, que podem ter potencial para o futuro do Varzim, que isso é normal em qualquer clube.
Continuam as questões financeiras e continuam os momentos difíceis para os jogadores. Não há nenhuma resposta em relação à resolução desses problemas? É mais uma vez chover no molhado. Só vou dizer isto e eu acho que é suficiente para as pessoas da Póvoa perceberem. Confio a 1000% no senhor Rodrigo Moça. Confio em 1000%, e tenho a certeza de que ele irá fazer tudo para resolver o problema dentro das suas possibilidades, e a equipa que o segue naturalmente.
Nós sabemos que está difícil, que as coisas estão difíceis, mas que ele vai fazer tudo para resolver. E eu acredito, porque é uma pessoa séria, muito séria, e que vai resolver, vai lutar por isso, tem dado a cara, tem aparecido sempre, não se tem escondido. Tem sido uma pessoa exemplar nesse aspeto. Portanto, nós acreditamos que as coisas vão ser resolvidas rapidamente, essa é a nossa perspetiva, o nosso otimismo é esse. O clube vai ter de funcionar e vai ter de continuar. Acho que respondi de uma forma muito concreta e objetiva. As coisas vão se resolver, com certeza, para todos.
Na semana passada, falamos aqui do facto de o Ricardo se assumir como candidato, volvida uma semana, já há data para eleições. Todos estes passos e agora também o que afirmou sobre a Comissão, para dar essa tranquilidade, tem sentido isso no balneário? Eu acho que mais que o balneário, é a tranquilidade que vai dar aos varzinistas. Porque sabendo que há perspetivas de futuro, e a forma como o Ricardo encarou e vem encarando esta situação, desde o dia que foi a sua despedida, que pelo menos há uma lista a futuro e é governável, como ele disse. Agora, a gestão terá de ser feita, porque a entrar não é por mim, mas acredito que vai ser uma gestão rigorosa, séria e que o clube vai crescer. Tem de crescer, este clube. É impossível, um clube com esta dinâmica, um clube com esta massa associativa, o clube com esta cidade.
Não há massa associativa, há poucas massas associativas como a do Varzim. É uma confusão que me vai na cabeça, como é que isto não tem de crescer, não devia já ter crescido há tantos anos. Eu acho que o Varzim vai crescer muito nos próximos tempos. Vai estabilizar agora, e vai crescer.
Todos terão de trabalhar para isso. A massa associativa e os adeptos terão de estar do lado de quem entrar. Sabemos que há assumida uma candidatura e que poderá haver mais. Ir a eleições é bom, quem ganhar sabe o caminho, e terá de saber que esta equipa e este clube têm de crescer. Tem tudo para crescer, tem tudo para ser um grande clube, e não tem de estar na Liga 3. Eu já disse isso muitas vezes. Por esta massa assertiva. Às vezes mete um bocado de confusão a todos. Como é que isto ainda não partiu para outros voos. Mas eu acredito, acredito que vai partir.