Escrevo este artigo no sentido de dar um contributo importante, para que as pessoas entendam que devemos começar a regressar aos poucos ao seu dia-a-dia naturalmente com um sentido enorme de autorresponsabilização. Esta naturalidade, já se sabe que não será igual àquela que vivíamos há dois meses atrás, mas, é sobretudo importante que se comece a recuperar a confiança a nível social e económico.
Neste processo de recuperação social e económica, que ninguém sabe como vai ser, pois os índices de confiança da população caíram, o desporto acaba por ter um papel fundamental, porque permite que as pessoas possam voltar a sair de casa para fazer as suas caminhadas, “joggings”, corridas, etc., permitindo que a população não entre em depressões e comecem
a recuperar a confiança que lhes foi tirada.
Uma forma de podermos reatar a confiança, é a reabertura dos ginásios e estúdios, sendo agora efetuado no dia 1 de junho, o que na minha opinião, esta decisão por parte do Governo, peca por tardia. Devia ter começado mais cedo, visto que a maioria, destas micro e pequenas empresas, são geridas por 1 ou 2 pessoas, empregam alguns PTs e muitos deles ficaram sem o seu “ganha pão”, quando podiam ter começado ao mesmo tempo de cafés e restaurantes, com medidas específicas para aquele tipo de profissão e sendo fiscalizados se tomam as devidas medidas de segurança.
Outro fator que considero importante nesta recuperação da pandemia, é as instituições de cariz desportivo que podem ter um papel decisivo. Se por um lado, permitem que os seus praticantes voltem à
normalidade, por outro, permitem também que uma grande indústria que é o desporto (aqui incluo todas as modalidades) comecem a voltar à sua “nova” normalidade e a poder mover a economia. Já se sabe que nestas instituições, os seus dirigentes estão muito apreensivos com o que pode vir, pois a única certeza que tem é que os desportos vão reatar sem adeptos (quebra de receitas). A incerteza que paira no ar, deve-se sobretudo às quebras de receitas que poderão ter no futuro, pois a maior parte das instituições desportivas vivem das receitas de patrocínios empresariais ou dos contratos televisivos que sustentam 85% a 95% dos seus orçamentos (veja-se o exemplo, dos maiores clubes portuguesas que maior parte das receitas são geradas pelos direitos televisivos).
A maior prova dos 9, na minha opinião, que vai existir nos próximos tempos vai ser o regresso do
desporto rei (futebol) na Europa e em Portugal, e o término de outras modalidades, como por exemplo, o Basquetebol, voleibol, etc. Digo isto, porque se algo não correr como o esperado nestas competições coletivas, poderemos ter que retroceder no combate à SARS-COV-2 (COVID-19), o que seria um grande perigo para a economia mundial e principalmente para a indústria do desporto.
Uma coisa eu tenho a certeza, é tempo de reinventar o modo como são financiadas estas instituições de cariz desportivo (associações; clubes; órgãos que regem o desporto; federações; etc.), é tempo de sermos astutos e pensarmos de que modo podemos angariar novas receitas no desporto, ou por outra via gerar menos custo, é tempo de darmos uma grande importância ao lado social do desporto sem corrermos riscos de contágio e, acima de tudo, é tempo de usar
mos o desporto como “arma de desconfinamento”, aumentando a confiança da população, de modo a podermos recuperar mais depressa deste surto epidémico.
Miguel Marques