“Ninguém ficou para trás, nem ninguém foi esquecido”

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A garantia é de Carlos Maçães, presidente da Junta da União de Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso. O autarca, que começou a vida política na localidade averomarense, explica que os seus conterrâneos são solidários “para com os mais necessitados”, mas alimenta ainda um sonho, o de homenagear Eduardo Travessas, antigo presidente de Junta de Freguesia, que em tempos difíceis defendeu Aver-o-Mar e a sua orla marítima, da especulação imobiliária.

Aver-o-Mar é uma localidade entre o urbano e a agricultura. Como tem sido ao longo dos anos dirigir uma junta onde existe esta simbiose?

Não tem sido difícil uma vez que os agricultores estão integrados no núcleo urbano, utilizando os terrenos agrícolas existentes a norte com Aguçadoura e a Sul com a cidade da Póvoa de Varzim.

Com o crescimento populacional e habitacional das últimas décadas, a freguesia tem sido escolhida como um local para potenciar a escolha de residência como de muitos negócios que vão muito para além da agricultura. Isto proporciona que haja sempre um grande movimento em Aver-o-Mar, com a particularidade da zona sul da vila, onde a cidade se interliga com a freguesia.

Com as crises, a económica e agora a da pandemia, os habitantes de Aver-o-Mar têm recorrido aos apoios da junta e que gabinetes têm sido criados na junta para ajudar?

A crise económica e a pandemia, sendo transversal ao que se passou no resto país, não atingiu profundamente os habitantes de Aver-o-Mar, tendo sido apoiados pelo executivo com a colaboração do Município. Não tivemos necessidade de criar nenhum gabinete em particular uma vez que já temos desde o início do nosso mandato o Gabinete de Ação Social e de Psicologia a funcionar.

O âmbito social é uma preocupação constante para a sua equipa? Há dados sobre o número de pessoas ou famílias que a Junta tem conseguido apoiar?

Temos apoiado várias famílias quer em conjunto quer a nível individual nos nossos gabinetes de Ação Social e Psicologia, bem como com a indicação às instituições que apoiam com alimentação (Banco Alimentar e Município).

Os habitantes e empresas de Aver-o-Mar têm sido solidários nestes momentos de maior dificuldade?

Ninguém ficou para trás, nem ninguém foi esquecido e temos sentido o apoio e solidariedade dos habitantes e das empresas para os mais necessitados.

A pandemia afetou as pessoas e as famílias. Os residentes da vila foram muito afetados pela doença, no aspeto social e económico?

Embora tenham existido casos pandémicos, não sentimos que tenham sido muito afetados. As situações sociais e económico são transversais ao panorama nacional e sempre que fomos abordados, nunca faltou apoio para se encontrar as melhores soluções. Um trabalho de proximidade como o nosso, garante a descrição na resolução dos problemas.

Com a pandemia a vida associativa parou. Entende que quando for possível um regresso à antiga normalidade, as pessoas, as famílias e em particular os jovens voltem a envolverem-se em iniciativas e ações?

Tenho a certeza que as pessoas, as famílias e os jovens voltarão a envolver-se em todas as iniciativas e ações que venham a acontecer, pois sentem-se as saudades de todos pela vida associativa. A falta de eventos, animação e convívio tem proporcionado algum afastamento social, o qual espero que quanto breve quanto possível possam voltar, mas sempre com cautelas e segurança.

As festas religiosas e os convívios associativos deixaram de se realizar. Como sentiram os habitantes de Aver-o-Mar estas situações? Foram momentos de tristeza na freguesia?

Os habitantes de Aver-o-Mar, já tinham sentido esta situação, interrupção das festividades em tempos. O sentimento foi de tristeza, uma vez que já tinha sido adquirido o regresso das festividades da freguesia, bem como os convívios associativos.

O centro de vacinação está instalado na freguesia. Sente que a população de Aver-o-Mar está crente que a administração da vacina resolve o problema da pandemia?

Com a recuperação da antiga escola primária e a criação do Centro de Atendimento Municipal, houve a oportunidade de ser instalado o centro de vacinação, que tem sido uma mais valia para o concelho da Póvoa de Varzim. Temos sentido que a população de Aver-o-Mar, está crente que a vacinação ajudará a resolver a pandemia e assim o regresso à normalidade.

O centro ocupacional já reabriu, as pessoas estão a regressar sem medo?

Os centros ocupacionais de Aver-o-Mar (Norte e Sul) estão em remodelação, pelo que a sua abertura está para breve, e as pessoas terão todas as condições para regressar sem medo.

Algum sonho que gostaria de ver concretizado na freguesia?

Homenagear, com atribuição de topónimo a rua de Aver-o-Mar, o Senhor Eduardo Travessas, antigo Presidente de Junta de Freguesia, recentemente falecido, e que em tempos difíceis defendeu Aver-o-Mar e a sua orla marítima, da especulação imobiliária.

Ver concretizado o Complexo Desportivo com as condições que a vila de Aver-o-Mar merece.

Com a recuperação da antiga escola primária, foram distribuídas algumas salas às coletividades da freguesia e também uma para a Junta de Freguesia. Nesta sala tenho o sonho de criar uma ala cultural, em que teremos exposta a obra dos escritores naturais, ou que adotaram, Aver-o-Mar, tais como: Bernardino da Ponte, Gomes de Amorim, Luísa Dacosta, Adélio Lopes Ferreira, Eduardo Travessas e Belmira Martins, entre outros.

Entrevista completa na edição impressa de 12 de maio