Festival de Música da Póvoa com metade da lotação mas “mais eventos”

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A 43.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim decorre de 8 a 31 de julho. Terá restrições devido à pandemia, especificamente na lotação dos locais dos espetáculos, mas será uma das edições “com mais eventos”. O Festival deste ano vai também promover uma aproximação entre a música erudita e o jazz, um modelo que chegou a fazer parte de edições anteriores. Maria João Pires é um dos nomes em destaque do cartaz.

Na apresentação do programa, na segunda-feira, o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, explicou: “Há 43 anos que este festival se vem afirmando como um dos eventos primordiais nesta área, renovando-se profundamente o que nos deixa orgulhosos. Não teremos o público que gostaríamos de ter em quantidade, mas a qualidade vai-se manter”, disse.

Nesta diversificada programação haverá vários espetáculos de jazz, numa vertente que será também abordada na conferência de abertura do festival, proferida pelo musicólogo Rui Vieira Nery, subordinada ao tema “A música erudita e o jazz: Um século de Amores Clandestinos”.

O diretor artístico do certame, Raúl da Costa, frisou: “Em 2019 o festival fez uma abordagem ao jazz, algo que já não acontecia há 29 anos, e nesta edição retomamos essa reaproximação. Apostamos nessa abrangência para dar a perceber os diálogos entre a música erudita e o jazz, algo que historicamente sempre esteve muito conectado”.

Raúl da Costa, de apenas 28 anos, e que pela segunda vez coordena o certame, salientou, desde logo, a fusão dos dois estilos no concerto inaugural, a 9 de julho, com a conceituada pianista portuguesa Maria João Pires e o jovem Júlio Resende, também ao piano, a promoverem um espetáculo apelidado “Diálogos”.

“Maria João Pires já esteve no nosso festival há muitos anos, e é uma honra promover este seu regresso, até porque tem atuado muito pouco em Portugal. Apenas uma vez apresentou este espetáculo com o talentoso Júlio Resende”, disse o diretor.

Nota ainda para as atuações do Coro Gulbenkian, da Orquestra de Câmara de Helsínquia, para o espetáculo de ópera “O Elixir do Amor”, de Donizetti, com intérpretes portugueses, para o agrupamento de jazz Tigran Hamasyan Trio, o quarteto de cordas David Oistrakh, que será acompanhado pelo quarteto português Tejo, e ainda para um concerto para famílias, a partir do conto “A menina do mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Nos dois derradeiros dias haverá um recital pelo violinista Tobias Feldmann e o pianista Boris Kusnezow, em estreia em Portugal, e o concerto final pela orquestra de época Akademie Fur Alte Musik Berlin, na sua dimensão barroca, que vai interpretar obras de Johann Sebastian Bach. O cravista Pierre Hantaï e o virtuoso de viola da gamba Paolo Pandolfo, também compositor, professor e musicólogo, são outros dois nomes do cartaz do festival.

Não é necessário teste negativo à covid

Além dos concertos, que serão distribuídos pelo Cine-Teatro Garrett, Auditório Municipal, Igreja Matriz, e Igreja Românica de S. Pedro de Rates, estão ainda previstas exposições e masterclasses com alguns dos artistas participantes no festival.

Devido à pandemia, a lotação dos locais dos espetáculos foi reduzida a metade, e, apesar de ser obrigatória a utilização de máscara e higienização de mãos, não será preciso ter um comprovativo de teste negativo para aceder aos espetáculos.

Os bilhetes têm um preço de 5 euros por espetáculo, estarão à venda a partir do próximo dia 27 de junho em bol.pt, mas todas as atuações do festival serão transmitidas, de forma gratuita, através das plataformas digitais e televisivas da RTP.

O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim é organizado pela Câmara Municipal com o apoio da Direção-Geral das Artes.

Obras finalistas concurso de composição

Já foram anunciadas as obras finalistas 14º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim (CICPV). “Lucid Dream – Sonho Lúcido”, de Francisco Silva, e “Gargalo”, de Catarina Sá Ribeiro são as duas composições escolhidas pelo júri composto por António Victorino D’Almeida (presidente), Alexandre Delgado e Carlos Azevedo.

A final é no dia 18 de julho, no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, concerto integrado no 43º Festival Internacional de Música.

O júri anunciará a ordem definitiva dos prémios no final do concerto, expressamente dedicado ao CICPV, interpretado pelo Ensemble Darcos com direção de Nuno Côrte-Real.

O prémio “Câmara Municipal da Póvoa de Varzim” (1º prémio) é de dois mil e quinhentos euros; o prémio “Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim” (2º prémio) é de mil euros e o “Prémio do Público” é de 500 euros.

A juntar à estreia mundial, em concerto integrado na 43ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, as obras vencedoras serão editadas em partitura.