Os chefes de equipa de urgência do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, com a exceção da Diretora do Serviço de Urgência, que também exerce funções de chefe de equipa, apresentaram na sexta-feira a demissão ao presidente do Conselho de Administração, revelou esta sábado o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
A decisão tem como base, “a grave carência de recursos humanos médicos no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar que já não permite assegurar cuidados em segurança para os doentes”, afirma o sindicato.
Sem serviço de Ginecologia e Obstetrícia no final do ano
Para chegar a esta posição, os médicos adiantam que nas próximas “noites de 31 de dezembro e 1 de janeiro de 2022, em vez de cinco médicos há apenas dois médicos de Medicina Interna”, o que para o SIM estes dois médicos terão de “atender não só os doentes triados com vermelho e laranja, executar tarefas inerentes ao chefe de equipa e proceder a transportes de doentes críticos, como também atender todos os doentes da área médica triados com verde ou amarelo e apoio à área dedicada a doentes com COVID-19 ou suspeitos de COVID-19”.
O sindicato explica no comunicado, ainda, que para essas duas noites não haverá no Serviço de Urgência médicos da especialidade de Ginecologia/Obstetrícia, “situação de enorme gravidade uma vez que estamos perante um centro hospitalar ao qual recorrem grávidas e parturientes de todo o país por acharem que é o centro hospitalar de referência onde podem ter o parto, não havendo qualquer aviso às grávidas de que a urgência de Obstetrícia está encerrada nessas noites”.
Na nota, o sindicato esclarece que já pediu uma reunião com o Conselho de Administração, por solicitação deste, na expectativa de que rapidamente sejam criadas condições para a contratação e fixação de médicos neste centro hospitalar.