Pescadores da Póvoa e Vila do Conde estão em isolamento em Viana e com receio de ficarem infetados

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Três pescadores de Vila do Conde e Póvoa de Varzim estão com o receio de ficarem infetados com a covid-19, devido ao isolamento no interior de um barco de pesca que está atracado no porto de Viana do Castelo. Os tripulantes da embarcação ‘Nossa’ estão junto com mais 6 marítimos, todos indonésios, dois dos quais estão com a doença. A informação foi veiculada pelo jornal digital o MINHO.

Todos passaram o Natal dentro do barco, em isolamento por determinação das autoridades de saúde, depois de um décimo tripulante, também indonésio ter acusado positivo. Este foi resgatado por helicóptero, ainda em alto mar, devido aos graves sintomas que apresentava na altura.

Um dos três pescadores da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, João Braga, confessou a O Minho que “não percebe porque é que são mantidos junto com os outros dois colegas indonésios que estão positivos, com quem partilham, por exemplo, a casa de banho e o chuveiro. O pescador diz que pode ficar isolado também em casa, que fica a apenas 45 minutos do porto de Viana do Castelo.

O pescador explica que quando o barco saiu de Vigo, no início de dezembro, já haviam comentado que um dos elementos indonésios apresentava “uma cara fraca, como se tivesse covid”. “Foi tiro e queda. Tinha mesmo, porque passou para o outro colega dele, que começou a sentir-se muito mal, e teve de vir um helicóptero fazer o resgate”, confirmou, lamentando que só 15 dias depois de estarem no alto mar é que a doença se manifestou.

E ainda ao jornal digital O MINHO: “Agora estamos aqui há oito dias, no porto, temos comida porque já estávamos abastecidos para dois meses que íamos estar no mar, mas das autoridades de saúde só nos dizem se estamos positivos ou negativos, não nos dizem mais nada, nem uma palavra de consolo nem nos explicam o que se está a passar, sequer”, afirma o pescador, que foi um dos privilegiados a ter direito a ver a família na consoada de Natal. Mas à distância.

“O problema não é passar o Natal longe da família, já era isso que íamos fazer porque andávamos no mar, mas agora tudo mudou e estamos aqui tão perto, não percebo porque não nos libertam”, concluiu.

Foto Joca Fotógrafos / O MINHO