Uma questão de água – Opinião Luís Leal

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O Varzim regressou às vitórias num fim de tarde de sábado de bastante (ou até excessiva) chuvada. Depois de um jejum, com duas derrotas seguidas, veio o triunfo por 2-0 frente ao Vianense que mostrou credenciais para merecer melhor posição na tabela classificativa e não a de lanterna vermelha na mão da série nortenha da Liga 3. O certo é que o jogo foi na Póvoa, portanto a dar favoritismo para a soma dos 3 pontos. Mas é sempre de levar em conta de que quantas vezes os chamados pequenos se agigantam ao defrontar equipas mais credenciadas, o que exige sempre cautelas redobradas aos favoritos. Foi debaixo de uma intempérie de todo o tamanho (a varrer o Estádio do Varzim de lés-a-lé) que o jogo se disputou em toda a sua dimensão de minutos. Mas lá estavam os fervorosos varzinistas a abrigarem-se como puderam nas bancadas, porque o amor ao clube não tem limites. Fez até lembrar o velho aforisma de “chuva civil não molha militares”. A chuva, lá isso foi civil. Com os “militares”, neste caso os militantes clubistas, a aguentarem de pé firme. Valeu a pena tanto sacrifício, porque a soma dos três pontos era necessária para consolidar um pouco a posição da equipa do Varzim dentro do lote das quatro com direito, no final da primeira fase, de passarem à fase seguinte que pode, lá para final, levar aos almejados lugares da subida à II Liga, já com o rótulo de Profissional. Os jogadores (que não equipados com o tradicional alvinegro listado das camisolas, mas sim de azul bebé, como de homenagem às cores da Póvoa), reconheceram o sacrifício dos adeptos e no final do jogo, num gesto bastante simbólico, ofereceram as camisolas a quem sofreu as intempéries da “molhadela”, não só para verem como estavam encharcadas com água e suor, mas também a servirem de recordação pelo regresso da equipa às vitórias. Uma questão de água a servir de “selo” por um dia feliz e que pode abrir o caminho a outros iguais, em dias de chuva ou sol. Desta vez nem a equipa “meteu água” na sua exibição, nem os sócios e adeptos têm razão de queixa. Para manter este estado de coisas? Espera-se que sim.

Como também se espera que as sessões de esclarecimento para estudar a melhor forma do clube criar uma SAD (Sociedade Anónima Desportiva), deem os seus frutos. Daí que fossem agendadas três sessões espalhadas pelos recantos da cidade: no dia 18 (próximo sábado), na sede dos Leões da Lapa, no dia 24 (sexta-feira), na sede da Associação da Matriz, e por fim com lugar reservado no Auditório Municipal, no dia 30, numa quinta-feira. Esse remate final de sessões de esclarecimento para uma melhor elucidação dos sócios, pode servir de base para o que se deseja de mais aconselhável dentro do Clube. Por parte dos principais responsáveis diretivos, reina a esperança de que tudo será resolvido a contento dos interesses do clube. O mesmo, pelos vistos, a não merecer consenso geral dos sócios que lançam dúvidas para o ar. Há exemplos, por esse país fora, quanto às constituições de SAD’s dos clubes que têm os olhos postos nas estruturas (exigidas) pelo futebol profissional.

Vamos lá ver que não meta água uma ideia que tem de exigir a ponderação necessária, com o desejo de que o bom tempo possa dar luz e calor quanto a uma possível (e pelos vistos bem encaminhada) missão de levar a bom termo uma etapa considerada de grande valia para a grandeza do Varzim Sport Clube. E que não sejam criadas muitas divisões entre os associados, principalmente.

Opinião Luís Leal – ‘O Meu Cantinho’