Novo parque industrial pode nascer em Laúndos em terrenos destinados a aterro sanitário

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A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim está a estudar a possibilidade da construção de um novo parque industrial em Laúndos, nos terrenos para onde estava projetada, há mais de uma década, a instalação de um novo aterro sanitário da LIPOR.

A oportunidade surge na sequência da empresa intermunicipal de tratamento de resíduos ter abandonado a intenção da construção do equipamento, por considerar que o investimento, estimado em 100 milhões de euros, “já não se justifica”.

“Atualmente a LIPOR só deposita em aterro 1 por cento dos seus resíduos, que é praticamente aquilo que resulta dos rejeitados na central de valorização energética, e para depositar esse essa percentagem recorre a um aterro de outra empresa, não tendo necessidade de fazer um investimento tão avultado”, disse Aires Pereira, presidente da LIPOR e também da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

Ainda assim, para o local, a LIPOR pretende instalar um novo ecocentro – um equipamento para compactar os resíduos, e uma estação de transferência, de forma evitar que os camiões de recolha de lixo que operam, por exemplo, na Póvoa de Varzim tenham de se deslocar para as centrais da empresa em Ermesinde e Maia.

“A construção desses equipamentos deve avançar já em janeiro. Será uma obra muito importante em termos logísticos, tratando-se de um investimento de 1,7 milhões de euros”, detalhou Aires Pereira.

 

30 hectares para um polo industrial

Quanto aos terrenos que estavam destinados para receber o aterro sanitário que já não será construído, que contempla uma área de mais de 30 hectares [o equivalente a 30 campos de futebol], localizado a norte do antigo aterro sanitário e que agora tem ‘por cima’ o aeródromo de S. Miguel, Aires Pereira considera que poderão ser uma oportunidade para um novo polo industrial.

“Com o abandono desse projeto, estou a propor que façamos naquele local um grande loteamento industrial e, dessa forma, possamos ter uma oferta enorme fixação de empresas, com terrenos a preços de compra muito equilibrados”, disse o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

O autarca diz que os contornos da operação “ainda estão a ser estudados”, mas que uma das possibilidades será as empresas que se queiram fixar no local comprarem as parcelas dos terrenos diretamente à LIPOR, lembrando que ficarão uma localização privilegiada.

“As infraestruturas de acesso já estão preparadas e terão uma ligação à A28, que fica muito perto. Acredito que esta poderá ser uma hipótese muito importante para uma oferta de terrenos para a fixação de novas indústrias”, analisou.