De férias ou não…cuidado com o Sol na moleirinha!

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José Andrade

E a moleirinha do indígena nacional contemporâneo, não se sabe por efeitos do buraco de ozono, ou qualquer outro buraco, é um poço profundo de coisas sem sentido. Daí que em tempo de férias, com a canícula que se tem feito sentir, o alerta nunca é a mais. Chapéus há muitos, dizia o Vasquinho para impressionar as tias, rematando… ó palermas. Como presamos muitos toda a espécie de palermas, e não temos nada contra os chapéus, aqui fica a recomendação sobre uma ‘causa’ que está na moda. É a nossa singela contribuição para menos custos no Serviço Nacional de Saúde, e evitamos assim ser acusados de fomentador de discriminação, procurador de ‘outras causas’, ser interpretado por diversas outras coisas. Casa roubada, trancas à porta. É um ditado antigo, coisa que esta ‘gente fina, moderna, in-net, patusca, previsivelmente nunca ouviu, ou quer ouvir falar. Salvo melhor e mais erudita invocação, parece ser, ou é, o ditado que melhor se aplica, quando vemos a campanha em que se faz apelo ao imprescindível uso e abuso da aplicação de protector solar, quer se vá à praia, ou simplesmente se vagueie pelas redondezas da casa, junto ao mar, ou nos confins das serras. Pode-se apanhar tudo, de tudo, Sol é que convém, agora, usar de cuidados e parcimónia. Uma espécie de uso e abuso, na linha do que agora é socialmente IN, entre fumar um cigarro, ou tirar umas passas de um charro.

Durante muitos e bons anos, o apelo era que o Sol, já então em doses moderadas, era um bom factor de tonificação do corpo. Vir, ou ir a banhos, era a diferença entre deliciar o corpo, ou tratar dele. Eram tempos, onde uns banhos de mar, faziam cair a medicação, saía a perder. Mas isso era em outros tempos, com outros portugueses, mais pacatos, menos dados a seguirem modas, e os bordados, que agora todos na Net copiam de todos. As modas e bordados eram, na maioria dos casos, fruto da engenhosa e genial capacidade do portuga. As grandes indústrias da farmacêutica regiam-se então, ainda, por princípios de Ética, e Valores Sociais e empresariais, decentes e menos gananciosos. E o tal ‘esquerdismo’ que reclamava um Serviço Nacional de Saúde, universal e tendencialmente gratuito, coisa que os ‘bifes’ tresloucados, os ingleses, já desfrutavam, era mais uma excentricidade. O pagode português, timorato, queria lá saber das manhãs que cantavam. O Sol, apontado como uma bênção, afinal, ‘quando nasce… é para todos’, diziam-lhe. – Hoje já sabemos que existem uns senhores que se lhes derem oportunidade de poder mandar no tal latifúndio dito de Poder Central, logo que podem, passam a taxar o Sol. E, estou crente, não tarda, será a vez também do oxigénio. Moda dizem, seguida em outras tribos vizinhas, dizem. Sim, que nós, portugueses modernos, actuais, In com a Europa, não somos de modo a fazer nada ao arrepio de quem nos recebe e trata com se trata um filho, menor.

Hoje será o Sol, amanhã será o oxigénio, depois o que mais se verá, ou der uns cobres e jeito.

E se taxar o Sol, que pelo vistos, que ao que consta, ainda vai de roda, só escaparão os poucos que neste quintal estão ‘à sombra’, concluído o ensaio, taxar de seguida o consumo do ar, dará então menos trabalho. Naturalmente, como sempre sucede, permitirá que uns tantos até façam bons negócios, claro, sempre legal e na defesa do interesse público, e do público. Não será uma espécie de ‘Contribuição Solidária’, como foi timbre da rapaziada política que deixou recentemente o tacho, mas terá a justificar, o mesmo superior desígnio. Mudança as moscas… a porcaria é a mesma. Deve ser do Sol… na moleirinha.