Já está aberta ao público, no Diana Bar, a exposição com obras de Nadir Afonso – “Ainda não deu hora nenhuma” – promovida pelo Museu Internacional de Arte Contemporânea da Póvoa de Varzim (MIAC) em colaboração com a Câmara Municipal. A mostra integra as atividades e iniciativas da comemoração dos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim à categoria de cidade.
A exposição traz à Póvoa e a um edifício emblemático da cidade, as obras de Nadir Afonso que viajaram de Chaves, terra natal do arquiteto e pintor. Apesar de só agora chegarem os quadros, o pensador, falecido em 2013, chegou a frequentar a Póvoa de Varzim, na altura das férias ainda em pequeno com a família.
Laura Afonso mulher de Nadir e diretora da Fundação Nadir Afonso, marcou presença no dia da inauguração e depois dos agradecimentos, contou como surgiu o nome para esta exposição. “Chamamos a esta exposição – Ainda não deu hora nenhuma… – que é assim que começa o Marinheiro de Fernando Pessoa. E uma vez que estamos aqui junto do mar, pareceu-nos que seria uma boa opção”. Para Laura esta exposição “evoca de uma maneira ou de outra figuras humanas, o mar e a praia. E ao mesmo tempo é como se fosse um regresso à infância, porque a Póvoa de Varzim era a praia de eleição da maioria das pessoas de Chaves. Quando o verão e o calor chegavam, as pessoas de Chaves vinham passar uns dias à Póvoa de Varzim, de maneira que há sempre uma ligação afetiva muito grande à Póvoa de Varzim e foi essa a razão por que entendemos que se adequava muito bem este tipo de pinturas”. Terminou o seu discurso, contando episódios da vida de Nadir Afonso.
Tomás Carneiro, curador desta exposição, mostrou-se feliz por ter as obras de Nadir Afonso na Póvoa de Varzim e acrescentou que “nesta exposição e como já foi referido, está muito presente a figura humana. Para quem pensava que o Nadir só pintava prédios ou cidades, aqui está a prova do contrário” e sublinhou “Nadir Afonso passava férias na Póvoa de Varzim e, ao folhearem o catálogo encontram uma fotografia da família em que ele está presente, tirada numa praia da Póvoa de Varzim”. Tomás Carneiro relembrou a última vez que Nadir esteve na Póvoa. “Foi no ano de 1976, nos Encontros de Artes da Póvoa de Varzim e, aqui no Diana Bar, onde fez uns trabalhos com um grupo de artistas, eram eles: Graça Morais, Albuquerque Mendes e João Bicho. Esses trabalhos foram, depois, entregues à Sopete, agora Casino da Póvoa e ninguém sabe onde está esse trabalho e eu gostava muito de o encontrar”, foi com esta esperança que terminou as suas palavras.
O presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira, também marcou presença e começou por referir “hoje é um dia importante para nós, porque é a primeira vez que o Diana Bar se apresenta desta forma, depois desta recuperação” e admitiu “nós temos há muito tempo uma dificuldade que é ter na Póvoa de Varzim, um local para fazer exposições, e o Diana Bar tem muita luz, às vezes tem luz a mais e nesse sentido também dificulta”. “Mas eu acho que este primeiro passo permite-nos ter aqui esta exposição e que exposição para este primeiro evento no Diana”, disse o autarca. Continuou, depois ao enumerar as iniciativas que fazem parte das comemorações dos 50 anos da elevação da Póvoa de Varzim a cidade. “Temos ainda daqui até junho um conjunto de eventos muito relevantes que vão desde o teatro, à música e exposições, para de alguma maneira se possa envolver todas as pessoas da Póvoa de Varzim nesta comemoração que também nos permite fazer aqui uma retrospetiva do que era a Póvoa em 1973 e aquilo que ela é hoje. Sem saudosismos, mas sabendo como qual foi o percurso que fizemos para chegar até aqui”, acrescentou Aires Pereira.
O autarca convidou todos os poveiros a marcarem presença não só nas referidas atividades, mas também no dia 16 de junho, Dia da Cidade, onde se fecha um ciclo de um ano de comemorações.
A exposição com as obras de Nadir Afonso vai estar patente no Diana Bar até ao dia 20 de julho. A entrada é gratuita.